Passagens pela polícia eram rotina

É cada vez maior o mistério que envolve a morte do empresário Thierry Cassab Cipullo, 23 anos, executado a tiros e encontrado no porta-malas de um BMW, na tarde de sábado passado. O carro, que a princípio dizia-se ser dele, está em nome de Sérgio Roberto Born, que deverá ser localizado e ouvido nos próximos dias. Ontem parentes da vítima voltaram a ser ouvidos na Delegacia de Homicídios pelo delegado José de Deus, que busca pistas para identificar os autores do crime.

Como Cipullo tinha diversas passagens pela polícia – há 10 meses havia saído da carceragem da Divisão de Narcóticos, onde ficou recolhido por oito meses – os policiais têm muitas linhas de investigações para seguir. As hipóteses de que o crime foi praticado por vingança ou “queima de arquivo” continuam sendo as mais fortes, segundo policiais. No entanto, a possibilidade dele ter sido morto por um entregador de queijos, com quem teria discutido na quarta-feira passada (um dia antes de seu desaparecimento), foi completamente descartada, já que este fato não ocorreu.

Discussão

Naquela quarta-feira o empresário teve uma briga com uma fornecedora de queijos, Vilma Lopes Trevisan, 37 anos, e até a ameaçou de morte com um revólver. Vilma foi procurá-lo no escritório da pizzaria que ele recentemente havia comprado, no Jardim Schaffer, para cobrar uma dívida no valor de R$ 20 mil. Ele, além de se negar a efetuar o pagamento, ainda sacou de um arma – que mantinha na gaveta da escrivaninha – ameaçando matá-la. A situação foi contornada pelo pai de Thierry, Marcos Cipullo, que o desarmou. O fato também foi presenciado pelo segurança de Marcos. Depois da ameaça, Vilma procurou o 3.º Distrito Policial onde registrou queixa.

Antecedentes

Mas passagens pela polícia já não assustavam mais a Thierry, que apesar da pouca idade, colecionava um grande número de inquéritos policiais, a maioria instaurados por crime de estelionato. No total, de acordo com levantamentos nas delegacias de Curitiba, ele respondia a 14 inquéritos por estelionato, dois por apropriação indébita, um por porte ilegal de arma, um por falsidade ideológica, um por formação de quadrilha e um por furto.

Thierry também conhecia boa parte dos distritos policiais da cidade, pois respondia a inquéritos por formação de quadrilha e falsificação ideológica 3.º DP (Mercês); por estelionato e apropriação indébita no 4.º DP (São Lourenço); por estelionato no 5.º DP (Bacacheri), no 6.º DP (Vila Oficinas), no 8.º DP (Portão) e cinco vezes no 9.º DP (Santa Quitéria). E ainda tinha inquéritos por estelionato na Delegacia da Mulher, na Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas (três vezes); e apropriação indébita (duas vezes) pela Delegacia de Crimes Contra a Administração Pública.

Tantos inquéritos – ele costumava usar carteiras de identidade falsas para seus negócios ilícitos – acabaram lhe rendendo alguns meses numa cela da Divisão de Narcóticos, para onde foi mandado por não existir vagas na carceragem de outras delegacias.

Nome de restaurante é ilegal

Valéria Biembengut

A proprietária do Restaurante Mamma Carmela, Sonis Maria Donha, procurou a Tribuna ontem para esclarecer que o restaurante citado nas matérias referentes à morte do empresário Thierry Cassab Cipullo, 23 anos, assassinado na quinta-feira passada, não se chama Mamma Carmela. Segunda ela, o nome está sendo usado indevidamente pelos proprietários do restaurante, situado na Rua Hugo Simas, Jardim Schafer. O verdadeiro restaurante Mamma Carmela está situado na Avenida Anita Garibaldi, 1754, Ahu.

Sonis informou que comprou a marca e o restaurante da família Cipullo há 15 anos, quando a proprietária era Carmella Cipullo, que faleceu há doze anos. Há pouco tempo a família Cipullo comprou um novo restaurante, que se chama Di Piu, na Rua Hugo Simas, anexo a uma pizzaria do mesmo nome. “Fui procurada por Thierry, há aproximadamente um mês. Ele propôs sociedade ou parceria e informou que pretendia usar a marca novamente. Falei que iria pensar”, disse a empresária. Há pouco tempo a família colocou uma placa no restaurante da Rua Hugo Simas com o nome de Mamma Carmella. Sonis ressaltou que não autorizou a utilização da marca e que a morte de Thierry e a divulgação do nome de seu restaurante, indevidamente, vêm causando prejuízos financeiros e aborrecimentos. “Inclusive tenho um filho da mesma idade e as pessoas pensam que o fato ocorreu com ele, tamanha a confusão”, salientou a empresária.

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