A Rua Manoel Martins de Abreu, a mais sangrenta da Vila Torres, teve o primeiro assassinato do ano. Valdecir da Silva, o “Gordão”, 45 anos, foi atingido por 18 disparos de pistolas calibres 9 milímetros e 40, dentro de um táxi estacionado próximo da nova trincheira da Rua Chile. O passageiro estava acompanhado do neto, Jonathan Vierira, 21, e da namorada, identificada apenas como Juliana, quando foi atingido pelos tiros.
Ele se preparava para pagar a corrida e morreu ainda preso ao cinto de segurança. Sobrou tiro até para o taxista, que foi atingido de raspão nas costas. Jonathan levou tiro de raspão na perna. Juliana correu e não foi mais encontrada. O neto relatou que o destino não era aquele endereço, mas Juliana pediu para pararem o táxi, porque ali morava uma tia sua. Quando taxista parou no local indicado por ela, os dois assassinos chegaram atirando. Os três passageiros eram de Almirante Tamandaré.
Telefonema
No trajeto até a vila, Valdecir falava ao telefone e, segundo a polícia, dizia para a pessoa do outro lado da linha reservar “duas caixas” para ele. “Segundo conhecidos, Valdecir era viciado em cocaína. Ele já ficou preso por tráfico, assim como Jonathan. Avô encarcerado na Penitenciária Central de Piraquara e o neto, em Colombo. Ainda não temos certeza da motivação do crime, mas provavelmente está ligada ao tráfico”, declarou o delegado Fábio Amaro, da Delegacia de Homicídios.
Rua da morte
Este foi o primeiro homicídio registrado neste ano no Prado Velho, onde a favela está localizada. A rua Manoel Martins de Abreu ficou marcada pela violência no ano passado. Oito assassinatos aconteceram nesta rua de 17 quadras, paralela à Avenida Comendador Franco (Avenida das Torres), entre abril e dezembro. Todas as vítimas eram homens, com idades entre 18 e 37 anos, e foram mortas a tiros.