O secretário de Justiça e Cidadania do Paraná, Aldo Parzianello, negou a prática de torturas na penitenciárias do Estado. “Todas as denúncias que recebi foram investigadas e não identifiquei o problema”, disse. Parzianello foi ouvido ontem pela Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, que está investigando uma série de denúncias feitas pelo Sindicato dos Servidores do Sistema Penitenciário, entre as quais torturas, maus tratos, perseguições a sindicalistas e outras irregularidades.
Segundo o secretário, nos casos onde foram identificados problemas, a secretaria promoveu sindicâncias e afastou os funcionários.
Terceirizadas
Quanto a situação das unidades penitenciárias tercerizadas, o secretário deixou claro que o sistema será revisto. Por isso, o Estado irá realizar concurso público para contratação de servidores, para que não sejam renovados os contratos com as empresas privadas que administram as penitenciárias.
Sobre a informação de que um preso teria alertado para a rebelião, que aconteceu no início do mês na Penitenciária Estadual de Piraquara (PEP), o secretário disse que isso faz parte da sindicância que está apurando os fatos.
Agentes
Depois do secretário de Justiça, os deputados também ouviram os agentes Emerson Ramos e Amauri Pereira Carneiro. Ambos confirmaram que o preso Saneo Aparecido Santos – que morreu junto com o Maikon dos Santos durante a rebelião – havia escrito um bilhete que foi encaminhado para a direção do presídio, avisando que estava sendo ameaçado de morte e pedia a remoção da penitenciária ou pelo menos da sétima galeria, onde estava recolhido. Na noite anterior à rebelião, Saneo cortou os pulsos para ser removido e não teve o pedido atendido. A rebelião ocorreu justamente na galeria onde ele estava e acabou morrendo.
Uma cópia deste bilhete foi entregue ontem aos deputados por Emerson Ramos.