Parolin “respira” aliviado

Boa parte dos moradores da Vila Parolin acordaram mais tranqüilos na manhã de sábado. É o que disseram populares que espalhavam a notícia da morte de Edivaldo Saldanha, 21 anos, ocorrida durante a madrugada. Ele era apontado como o "matador" da região, suspeito de estar envolvido em mais de 40 homicídios. Edivaldo foi executado com cerca de 25 tiros no barraco onde morava, na Rua Isaías de Andrade, 924.

Segundo informações prestadas à polícia pelos moradores, oito homens entraram pela parte de trás do barraco e o cercaram. Um dos atiradores subiu no telhado e efetuou os disparos de cima da casa. Encurralado, Edivaldo morreu no local. Os homens que cometeram o crime foram identificados pelos populares como integrantes da "Turma da Nega", entre eles, dois rapazes conhecidos por Daniel e "Neguinho". A Delegacia de Homicídios (DH) vai investigar o assassinato e relacionar os crimes em que Edivaldo é acusado.

Histórico

Na quinta-feira, 4 de maio, enquanto o Instituto Médico Legal ainda recolhia o corpo de Everton Colaço de Meira, 19, morto a tiros dentro de seu barraco, familiares do jovem gritavam: "É o mesmo assassino", fazendo menção a todos os crimes ocorridos recentemente na vila. Edivaldo seria o provável autor, e de acordo com os investigadores Gabardo e Sydor, da DH, a informação tem fundamento. Assim como na morte de Everton, Edivaldo vinha sendo apontado como autor dos disparos nas outras execuções. Nesta última, outro homem de prenome Maicon, mais conhecido por "Miroca", estaria junto com ele.

Na mesma semana outros três jovens foram executados e outros dois baleados. Os crimes ocorreram sempre à noite ou de madrugada, e em todos os casos Edivaldo era acusado, porém a polícia não o prendia por falta de provas. Os moradores falavam sobre o matador, mas não formalizavam suas declarações na delegacia, com medo de serem identificados e se tornarem vítimas.

Crime contra o crime

A seqüência de mortes dos últimos 15 dias no Parolin começou com Wellington Guimarães da Silva, de apenas 14 anos, morto com um tiro e dois golpes de faca, na madrugada do dia 1.º de maio. Em seguida, dois garotos, ambos de 13 anos, foram baleados. Na quinta-feira (4), às 2h50, na Rua Plácido e Silva, Cristiano Groth Alegri, 17, foi encontrado morto, com ferimentos na cabeça. Por último, Everton Colaço de Meira, 19, também foi morto a tiros.

O delegado Jaime da Luz, da Delegacia de Homicídios, disse que os casos estavam sendo investigados e que prometiam novidades nos próximos dias.

O pai de uma das vítimas reclama da inoperância das autoridades. "A polícia passa por lá, mas não faz nada. Falta empenho para prender quem está cometendo esses crimes", relatou. O pai afirmou que não acredita no trabalho das polícias e desabafa: "Agora, meu filho é simplesmente mais um número nas estatísticas de mortes".

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