Parentes de Giovanna lutam por justiça

Há exatamente um ano o corpo de Giovanna dos Reis Costa, 9 anos, foi encontrado, jogado em um matagal do município de Quatro Barras. Até agora, ninguém foi preso, embora a polícia já tenha identificado os suspeitos do crime. Ontem, parentes da garota estenderam faixas pela cidade, pedindo por justiça, e ofereceram uma missa na igreja São Sebastião, em memória da menina.

Os principais suspeitos do crime, os ciganos Pero Petrovich Theodoro Vichi, 18, e a mulher dele, de 15 anos, estão com mandados de prisão e apreensão decretados, mas desapareceram. A delegada Margarethe Alferes Motta, da delegacia da cidade, concluiu o inquérito sobre o crime e o encaminhou terça-feira para o Fórum Criminal.

Além de investigações em outros estados – como São Paulo e Santa Catarina – escutas telefônicas revelaram hábitos estranhos e a ligação dos ciganos com o tráfico de drogas e estelionatos.

As gravações, autorizadas pela Justiça, foram enviadas a São Paulo, para serem degravadas. Muitas eram em romanês, idioma utilizado pela família cigana, o que dificultou a apuração dos fatos. Outras conversas, no entanto, deixavam claro que a família não se preocupava com os trabalhos da polícia e até debochava das autoridades.

O promotor de Justiça Octacílio Sacerdote Filho, de Quatro Barras, assegurou que tão logo o processo chegue em suas mãos, oferecerá denúncia contra Pero e a mulher dele.

Outros

Crimes semelhantes ao que Giovanna foi vítima, também envolvendo familiares dos Petrovitch, aconteceram no Rio de Janeiro, o que deu ainda mais certeza à polícia de que Pero e a mulher dele seriam capazes de praticar um ritual macabro. Além disso, no dia em que a menina desapareceu, a família dos ciganos foi a única que não ajudou nas buscas. Na provável noite do crime, eles participavam de uma festa, possivelmente o ritual que resultou no bárbaro assassinato.

Marcas difíceis de apagar

Patrícia Cavallari

Durante o ano que passou, muita coisa mudou na rotina da família de Giovanna. As lembranças da casa em que viveram com a filha fez com que o casal Cristina Aparecida Costa, 32 anos, e Altevir Costa, 40, e seus quatro filhos buscassem outro lugar para morar. Eles deixaram o bairro onde viviam, mas não saíram do município. ?Esses dias nós voltamos na casa para limpá-la, mas não conseguimos ficar lá por muito tempo. Só de chegar na rua em que morávamos vem tudo à tona?, diz Cristina. Altevir, que é marceneiro, também mudou de emprego. ?Nossa filha costumava brincar com a serragem enquanto ele trabalhava?, disse Cristina. Em 17 de dezembro, Altevir completou 40 anos, e no mesmo dia a filha faria 10 anos. Mais uma vez a alegria deu lugar à dor. ?Só tive coragem de dar parabéns para ele no final da tarde?, disse Cristina.

Morte

Giovanna desapareceu em 10 de abril e foi encontrada morta no dia 12, em um terreno baldio, no Jardim Patrícia, perto da casa onde morava. Ela estava dentro de um saco de lixo azul, nua e amarrada com fios de luz. Giovanna foi vítima de esganadura e teve algum objeto introduzido em sua vagina.

No carro de Pero, a polícia encontrou vestígios de sangue humano e na casa da família dele, em Curitiba, um envelope com o nome da menina.

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