O Gaeco deflagrou no começo da manhã desta quarta-feira (10) a segunda fase da Operação Publicano, que investiga uma suposta “organização criminosa” formada por auditores fiscais, contadores e empresários para facilitar a sonegação fiscal mediante o pagamento de propina. Estão sendo cumpridos mais de 50 mandados de prisão em pelo dez cidades paranaenses, entre elas Londrina, Arapongas, Apucarana e Curitiba. Ainda não é possível saber os nomes dos presos e nem os cargos, mas é provável que entre eles estejam auditores fiscais e empresários.
Entre os presos em Londrina está Márcio de Albuquerque Lima, considerado o líder do grupo e que foi inspetor geral de fiscalização da Receita Estadual entre julho do ano passado e março desse ano, quando foi cumprido um mando de busca e apreensão no seu escritório, em Curitiba. Lima é companheiro do governador Beto Richa (PSDB) em provas de automobilismo. Luiz Abi Antoun, primo em sétimo grau de Beto Richa, também teve a prisão decretada, mas ainda não foi localizado pelo Gaeco. Outros mandados estão sendo cumpridos.
Segundo o Bom Dia Paraná, da RPC TV, um carro do Gaeco foi batido no começo da operação, quando uma esposa de auditor tentava fugir. O marido dela foi preso.
A segunda fase da Operação Publicano tem o “reforço” de algumas delações premiadas, principalmente as dos irmãos e auditores fiscais Luiz Antônio de Souza e Rosângela Semprebom. Colaborando desde o começo de maio, Souza confirmou a existência das práticas e da organização do grupo e já se dispôs a devolver parte do patrimônio obtido por meios ilícitos ao estado, como forma de compensação financeira. Ele tenta antecipar a devolução de duas fazendas com valor estimado em R$ 20 milhões – a devolução só deveria ser efetuada ao final do processo.