Completamente alucinado, o aposentado Antônio Carlos Silveira Machado, conhecido como “Batoré”, 43 anos, ateou fogo no colchão da cama em que sua mulher – a aposentada Terezinha de Lurdes de Paula Cunha Machado, 47, estava deitada, às 18h30 de ontem.
A mulher, paraplégica, não teve como escapar. O fogo queimou o colchão e se alastrou rapidamente pela casa de madeira, destruindo totalmente o imóvel de 45 metros quadrados, na Rua João Elias da Silva, Jardim Campo Alto, em Colombo. A única peça que restou foi o banheiro de alvenaria.
Após incendiar a casa, Antônio Carlos tentou escapar, mas foi detido pelos vizinhos. Enquanto alguns tentavam apagar as chamas usando baldes de água, outros espancavam Antônio Carlos.
Ele só não foi linchado porque policiais militares chegaram rapidamente no local. Ferido, João foi levado para a delegacia do Alto Maracanã, onde foi autuado em flagrante por homicídio, agravado pelo fato de ter matado a vítima com fogo.
Populares contaram, aos policiais militares do 17.º Batalhão, que Antônio Carlos queria vender a casa e comprar uma chácara. Por este motivo, sempre brigava com a mulher. Ontem, durante mais uma confusão, ele incendiou a casa.
Anderson Tozato |
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Antônio: “vão me matar”. |
Versão
Na delegacia, Antônio Carlos forneceu outra versão. Ele contou que era casado com Terezinha há 23 anos e que o casal tem uma filha da mesma idade, que reside em Santa Catarina.
Antônio Carlos relatou que a mulher teve derrame há dois anos e ficou paraplégica. Por este motivo, foi aposentada por invalidez e recebia benefício do INSS. Só que o cartão bancário estava em poder de um homem chamado Luiz, que seria proprietário de um depósito de papel.
Por volta das 17h de ontem, Antônio Carlos foi conversar com Luiz sobre o dinheiro do benefício. “Ele me acusou, dizendo que eu não cuidava da minha mulher e me bateu. Depois disse que eu não era homem para bater nele”, contou.
Ao sair do depósito, Antônio foi para casa. Encontrou a mulher na cama, riscou o fósforo e ateou fogo ao colchão. Depois deixou a casa. “Acho que foi o desespero. Agora eu não tenho motivos para viver. Vão me matar na cadeia”, comentou Antônio Carlos, que aparentava estar perturbado mentalmente.