Paranaense pode pegar pena de morte na Indonésia

A polícia da Indonésia apresentou ontem o paranaense Rodrigo Gularte, 32 anos, preso no sábado sob a acusação de tentar entrar no país com 6 quilos de cocaína dentro de pranchas de surfe. Ele foi detido junto com dois amigos, que foram inocentados por Rodrigo. O acusado foi apresentado no escritório da alfândega do aeroporto da capital, Jacarta. Segundo a polícia, as seis pranchas estavam recheadas com dois pacotes de meio quilo cada uma. O paranaense corre o risco de ser condenado à morte naquele país, pois pode ser indiciado por tráfico internacional de drogas. Nesse caso, será executado por um pelotão de fuzilamento.

As autoridades disseram que os surfistas estavam indo para Bali, paraíso desse esporte. Antes de ser preso, Rodrigo passou por outros três aeroportos: África do Sul, São Paulo e Curitiba, onde embarcou levando as pranchas que havia trazido de carro de Florianópolis, onde mora. “Aqui os funcionários suspeitaram do equipamento e das pranchas. Voltaram a examiná-las e passaram-nas no raio-x, abrindo as bolsas e examinando-as novamente”, contou o diretor-geral da alfândega, Edy Abdurahman.

Nascido em Foz do Iguaçu e estudando Administração em Santa Catarina, o rapaz sempre gostou de surfe. Seu envolvimento com as drogas, porém, já era anterior. Por duas vezes, ele foi internado em clínicas para dependentes, mas nunca foi preso.

O irmão de Rodrigo, Cássio Gularte, fez um apelo ontem para que autoridades brasileiras intercedam em favor do rapaz, que pode ser indiciado por tráfico internacional de drogas e condenado à morte. “Estamos tentando mobilizar a imprensa ao máximo, e pedir ajuda emergencial do Itamaraty e do governo”, disse Cássio. A família, que mora em Curitiba, só soube da prisão na terça-feira, mas até agora não conseguiu qualquer informação sobre a situação do rapaz, sobre o local onde ele está preso ou sobre o processo.

Na Indonésia, 28 pessoas – a maioria estrangeira – estão no corredor da morte por tráfico de drogas. Ontem, um indiano foi fuzilado após ser condenado pelo crime. Há 14 anos não havia execuções na Indonésia, país de maioria muçulmana.

Em junho, o instrutor de vôo livre brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, de 42 anos, foi condenado pela Justiça da Indonésia à morte por fuzilamento, acusado de narcotráfico. Ele tentou entrar no país com 13,4 quilos de cocaína em agosto de 2003 num equipamento de asa delta. Moreira, que foi acusado pelas autoridades da Indonésia de pertencer a uma quadrilha internacional, recorreu da sentença.

A previsão é de que o recurso seja analisado e julgado em dois anos. Se em todos os tribunais a pena for mantida, a lei ainda prevê a possibilidade de um pedido diplomático para que a vida do brasileiro seja poupada. Esse pedido caberia ao Itamaraty.

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