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Rodrigo Gularte foi preso com
seis quilos de cocaína.

A vida do paranaense Rodrigo Gularte, 32 anos, está nas mãos da Justiça e, em último caso, do Poder Executivo da Indonésia. Como já era previsto no dia de sua prisão, em julho de 2004, no aeroporto de Jacarta, com seis quilos de cocaína escondidos em pranchas de surfe, Gularte foi condenado à pena de morte.

A decisão ocorreu anteontem, quando o Tribunal de Tanggerang também condenou o indiano Gurdip Singh, 38 anos, com a mesma pena por portar 300 gramas de heroína. "Não há nenhum fator que possa levar a uma redução da pena", disse o presidente do tribunal, o juiz Suprapto, ao ler a sentença. Ele é considerado um profissional duro, já tendo condenado nove pessoas à morte por tráfico de drogas.

Em 2004, três pessoas foram executadas na Indonésia. Dois eram tailandeses e um indiano. Outras 28 pessoas esperam no corredor da morte, a maioria condenada por crime ligado ao tráfico de entorpecentes.

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Ontem, a embaixada brasileira na Indonésia declarou que fará todo o possível para evitar a morte de Rodrigo. Conforme o ministro conselheiro da embaixada brasileira em Jacarta, José Soares, a decisão da Justiça local será respeitada, mas Gularte receberá total apoio humano, psicológico e legal. "Não temos pena de morte no Brasil. Se um indonésio fizesse o mesmo em nosso país não seria condenado do mesmo modo. Faremos tudo que for possível para que essa sentença não se cumpra", disse.

Ainda restam duas instâncias na Justiça indonésia. Caso Gularte não se livre da pena de morte através dos recursos jurídicos, Soares afirmou que o Brasil irá solicitar a clemência de Gularte para a presidência da Indonésia.

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Antes de ser preso, Rodrigo morava com amigos em Santa Catarina, onde cursava faculdade de Administração. Ele é natural de Foz do Iguaçu, mas seus familiares moram em Curitiba. A reportagem procurou Clarisse Gularte, mãe do rapaz, na tarde de ontem, mas o porteiro do prédio onde ela mora informou que ela estava viajando há seis dias, possivelmente para o Carnaval.

Em agosto, a mãe de Rodrigo conversou com a reportagem da Tribuna e disse que mesmo acreditando na inocência do filho, estava orgulhosa por ele ter assumido sozinho a culpa, livrando dois amigos que estavam junto na hora da prisão. Clarrisse contou que, quando era adolescente, Gularte teve envolvimento com drogas, foi tratado numa clínica especializada e nunca mais teve problemas. "Eu nunca vi meu filho drogado", disse. Para ela, o comportamento de Rodrigo sempre foi normal, nunca demostrando ter qualquer envolvimento com tráfico de droga.

Outro

Em junho, outro brasileiro, o instrutor de vôo livre Marco Archer Cardoso Moreira, de 42 anos, foi condenado pela Justiça da Indonésia à morte por fuzilamento, acusado de narcotráfico. Ele tentou entrar no país com 13,4 quilos de cocaína em agosto de 2003. Moreira foi acusado pelas autoridades da Indonésia de pertencer a uma quadrilha internacional. O caso deverá ainda ser julgado numa segunda instância e, depois, pode chegar à Corte Suprema do país.