O governo do Estado transferiu para o sistema prisional, nos últimos 30 dias, 1,5 mil presos que estavam custodiados em delegacias. Com isso, pela primeira vez o Paraná tem mais presos condenados no sistema penitenciário, administrado pela Secretaria da Justiça (aproximadamente 16.900), do que em delegacias, sob responsabilidade da Segurança Pública (em torno de 10.500 presos).
O balanço das transferências foi apresentado segunda-feira (22), durante a sexta reunião do grupo formado pelas secretarias da Segurança Pública, Justiça, Cidadania e Direitos Humanos e Administração, em conjunto com Casa Civil e Gabinete de Governo.
No último mês, foram transferidos presos do Centro de Triagem 2, em Piraquara, e da delegacia de Quatro Barras, ambos na Região Metropolitana de Curitiba. Também foram retirados presos da Delegacia de Furtos e Roubos, do 11º e do 12º Distritos Policiais.
“Nos próximos dias vamos anunciar um plano de transferência de mais de 700 presos de delegacias nas regiões das Varas de Execução Penal de Maringá e Cruzeiro do Oeste”, adiantou a secretária da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Maria Tereza Uille Gomes.
No início da atual gestão, a Segurança Pública chegou a ter sob sua responsabilidade mais de 16.200 presos condenados, monitorados por policiais civis, enquanto a Justiça registrava aproximadamente 14.000 presos.
O secretário de Estado da Segurança Pública, Cid Vasques, que assumiu o cargo com o desafio de fazer avançar o processo de transferência, ressalta os bons resultados do último mês.
“Desde que estabelecemos esta agenda permanente de reuniões semanais com a Secretaria de Justiça, transferimos em torno de 1.500 presos, o que nos deixa bastante animados para continuar na mesma linha de atuação e resolver esse problema que aflige a todos na área da segurança pública”, afirma.
De acordo com a secretária Maria Tereza Uille Gomes, a conciliação entre as duas pastas é primordial. “Estamos conseguindo dar velocidade à transferência de presos graças à integração da Segurança Pública com a Justiça, em situações como a escolta de presos e a guarda externa dos presídios, que é fundamental que aconteça de forma compartilhada”, destaca.
“O mais importante destas reuniões é a articulação das instituições envolvidas na questão da segurança pública”, diz o secretário-chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Sebastiani. “Realizamos uma gestão voltada para obtenção de resultados práticos em assuntos não resolvidos há muitos anos no Estado do Paraná, e a transferência de presos é um exemplo”, afirma.
O delegado-geral adjunto da Polícia Civil, Francisco José Batista da Costa, ressalta que a transferência vai possibilitar maior qualidade na investigação policial. “Um dos maiores problemas que temos na Polícia Civil é a superlotação carcerária nas delegacias, que leva muitos policiais a deixarem o trabalho nas ruas para atuar como carcereiros. Essa transferência é fundamental para melhorar o trabalho de investigação na Polícia Civil”, diz.