A Secretaria de Estado da Segurança Pública e a Procuradoria Geral do Estado estão levantando todas as liminares concedidas pela Justiça, que autorizam o funcionamento de bingos no Paraná. A idéia do secretário da Segurança, Luiz Fernando Delazari, é identificar quais desembargadores assinaram e encaminhar a pesquisa para a Polícia Federal investigar essas decisões. ?Levantamos uma suspeita e vamos pedir para que a Polícia Federal investigue o Paraná?, disse Delazari, durante entrevista na tarde de ontem em um barracão em São José dos Pinhais, onde estão armazenadas milhares de máquinas caça-níqueis que o Paraná apreendeu nos últimos anos, totalizando 11 mil equipamentos.
O levantamento começou a ser feito após a prisão do desembargador Ricardo Regueira, do Tribunal Regional Federal da 2.ª Região, ocorrida na sexta-feira, por policiais federais durante a Operação Hurricane (furacão).
O secretário aponta Regueiro como sendo o principal responsável por autorizar o funcionamento de pelo menos duas casas de bingo no ano passado no Paraná.
Segundo ele, Regueira teria sido o responsável por argumentar e influenciar o desembargador Sérgio Schwaitzer, relator do processo, para que ele mudasse seu voto e concedesse a liminar que permitiria a reabertura dos bingos Village Batel e Bristol, em maio do ano passado, em Curitiba. ?Queremos saber se essas duas casas de bingo que conseguiram a liminar no TRF da 2.ª Região teriam comprado a sentença. Afinal, um dos desembargadores responsáveis pelo voto de desempate foi preso pela Polícia Federal?, informou Delazari. ?Na época, o desembargador Carreira Alvim era o vice-presidente do tribunal. Não podemos deixar essas coincidências passarem em branco. Essa liminar e muitas outras estão sob suspeita?, insinuou Delazari.
O secretário disse que pessoas ligadas ao jogo de azar costumam fazer manobras jurídicas para conseguir reabrir os estabelecimentos. ?Eles abrem empresas em estados diversos para pedirem liminares?, denunciou.
