O secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, assinou acordo de cooperação técnica com a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) e a Polícia Federal para participar da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG). O acordo foi assinado durante a conferência brasileira do FBI-NAA (Federal Bureau of Investigation – National Academy Associates), realizada nesta semana, em Salvador (BA). A iniciativa permitirá que a Secretaria paranaense e a Polícia Federal compartilhem perfis genéticos (DNA) de criminosos.

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A rede integrada utilizará o gerenciador de banco de dado Codis, oferecido pelo FBI para o Brasil. O Codis (Combined DNA Index System) é um software capaz de comparar eletronicamente perfis de DNA. Para isto, será formado um banco de dados de presos e provas de crimes não resolvidos (amostras de sangue, cabelo ou osso). O software vai permitir relacionar, por exemplo, assassinatos em série a crimes de cometidos outros estados.

“A assinatura do convênio é um grande passo para a investigação criminal em todo o Brasil. Este projeto será um importante instrumento de combate à impunidade em diversos tipos de crime. Num futuro próximo, será impossível trabalhar sem um banco de dados de DNA, assim como acontece hoje com a impressão digital”, disse Delazari.

O objetivo é coletar amostras de todas as pessoas que forem presas, mas, neste primeiro momento, o Instituto de Criminalística vai dar prioridade à coleta de material genético de suspeitos de crimes contra a vida. O preso será encaminhado pela polícia ao instituto para a retirada de sangue e o devido armazenamento da informação genética.

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Pioneiro

O Paraná já é pioneiro nesta iniciativa e possui um banco de dados, que armazena DNA de pessoas envolvidas em crimes sexuais e pedofilia presas no estado, e outro, com informações genéticas de parentes de crianças desaparecidas.

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A partir de agora, será implantada a rede integrada em todos os Estados e feitas atividades de capacitação e pesquisa para o desenvolvimento de novas tecnologias na área. A Senasp ficará encarregada de fornecer equipamentos e treinamento adequados para os peritos criminais trabalharem com a RIBPG.

No Paraná, o banco de dados será gerenciado pelo Instituto de Criminalística. “Vai ser instalado um servidor central em Brasília e cada Estado que tenha laboratório de DNA terá um servidor próprio fornecido pela Senasp. As informações dos genes de pessoas indiciadas serão armazenadas e alimentarão esse sistema”, disse o perito-chefe do laboratório de Genética Molecular do Instituto de Identificação, Renato Dall’Stella.

Pedofilia

O banco de dados de envolvidos em crimes sexuais e pedofilia, instalado no Paraná em 2004, já conta 300 suspeitos cadastrados. Todos os pedófilos que são detidos pela polícia paranaense cedem material genético e passam a fazer parte desse banco. “A criminalística do Paraná já trabalha com análise genética há muito tempo. Fomos um dos primeiros estados a criar esse tipo de serviço”, disse Delazari.

Além disso, o Paraná também conta com um banco de dados em parceria com a Universidade de São Paulo para encontrar crianças e jovens desaparecidos. O programa, chamado Caminhos de Volta, colhe o material genético da família do desaparecido. Assim, quando a polícia encontra uma criança sem identificação, pode conferir se o DNA dela é compatível com o de alguma família cadastrada.