O montante de dinheiro falso que está circulando pelo Paraná vem crescendo significativamente. Segundo José dos Santos Barbosa, chefe do departamento do meio circulante do Banco Central (BC), o Estado aparece em quarto lugar no ranking nacional em falsificação de cédulas, somando um total de 39 mil apreensões no ano passado, perdendo apenas para São Paulo, com 157 mil, Rio de Janeiro, 74 mil, e Minas Gerais com 60 mil. Já em relação às moedas modificadas, o Paraná está em segundo lugar com 25.731, atrás apenas do Rio Grande do Sul, que soma 35.731 apreensões.
Os comerciantes de Curitiba afirmam que estão cansados de ser prejudicados com o abuso dos bandidos, que diariamente usam as notas e moedas irregulares para realizarem compras. Segundo Edicléia Salvador Cardoso, proprietária há três anos de uma loja de R$ 1,99 na região do Sítio Cercado, a falta de informação dificulta os comerciantes a definir qual é o dinheiro verdadeiro ou o falso. ?Visualmente é difícil identificar. Têm algumas notas que são cópias quase perfeitas. Só ficamos sabendo quando vamos ao banco depositar?, afirma Eliana.
Para a vendedora Elisabeth Leão, que trabalha há dois anos em uma banca de jornal e revista na região do São Braz, a solução para combater a fraude foi comprar uma caneta especial para detectar notas falsas. O dinheiro, quando riscado, fica com a cor preta se for falso. Já em uma nota oficial fica com a cor amarela. Entretanto, a garantia de Elisabeth durou pouco, pois ela descobriu que os bandidos já estavam criando canetas falsificadas.
De acordo com dados do Banco Central, as cédulas de R$ 10 e R$ 50 são as mais falsificadas. Com relação às moedas, quase que a totalidade das falsificações aconteciam com a antiga versão de R$ 1.
Dicas
Para saber se uma cédula é falsa ou não é necessário primeiramente verificar se ela possui marca d?água. Cerca de 60% das notas modificadas não possuem a marca. Depois, sinta com os dedos o papel e a impressão da nota. O papel legítimo é menos liso que o papel comum. A impressão apresenta relevo na figura da República (efígie), onde está escrito ?BANCO CENTRAL DO BRASIL? e nos números do valor da cédula.
Em terceiro lugar, observe o símbolo das Armas Nacionais que estão nos dois lados da cédula. Se puder também, observe com o auxílio de uma lente uma microimpressão com pequenas letras ?B? e ?C?, que poderão ser lidas na faixa clara entre a figura da República (efígie) e o registro coincidente (Armas Nacionais) e no interior dos números que representam o valor. Por último, observe o lado da cédula que contém a numeração, olhe a partir do canto inferior esquerdo, colocando-a na altura dos olhos, sob luz natural abundante: ficarão visíveis as letras ?B? e ?C?. ?Com esses procedimentos, dificilmente as pessoas serão enganadas. Já os comerciantes não devem ter receio de tomar esse procedimento na frente do cliente?, conclui Barbosa.
BC apenas examina notas
As notas falsas não são trocadas pelo Banco Central. O banco apenas examina se elas são verdadeiras ou não. O dinheiro suspeito pode ser apresentado, para exame, diretamente no Banco Central ou por intermédio dos bancos.
Caso a pessoa receba uma cédula suspeita em um caixa eletrônico, é preciso comunicar o fato, o mais rapidamente possível, ao banco em que sacou o dinheiro. Caso necessário, dirija-se a uma delegacia de polícia para registro da ocorrência.
A falsificação é crime previsto pelo artigo 289 do Código Penal, com pena prevista de 3 a 12 anos de prisão. Quem tentar colocar uma cédula falsa em circulação depois de tomar conhecimento de sua falsidade, mesmo que a tenha recebido de boa-fé, pode ser condenado a uma pena de 6 meses a 2 anos de detenção.
Qualquer informação sobre falsificação de dinheiro deve ser encaminhada à delegacia da Polícia Federal ou à delegacia da Polícia Civil mais próxima. Maiores informações podem ser obtidas no site do Banco Central, através do endereço www. bcb.gov.br.