Panfleto decreta falência da Polícia Civil

Um panfleto com o título "Entenda as críticas à Polícia Civil e orgulhe-se desta instituição", está circulando nas delegacias e sendo distribuído para a população curitibana. O panfleto traz números conhecidos, indicando que não há efetivo suficiente na Polícia Civil, mas não é assinado por nenhum entidade de classe.

O texto é irônico: "O Departamento da Polícia Civil do Estado do Paraná, uma das melhores senão a melhor Polícia Civil do país, atende você em tudo que diz respeito aos ilícitos penais depois de ocorridos e, na prevenção destes. Assim, é numa Delegacia de Polícia que são registrados Boletins de Ocorrências, instaurados inquéritos policiais, investigações; lavradas prisões em flagrante, termos circunstanciados, expedições de certidões, cumprimento de mandados de prisão, diligências por requisição do Ministério Público e do Poder Judiciário, cuida de presos (atividade que é de responsabilidade do Depen/Seju), dentre outras atividades" (sic).

Em seguida, o panfleto informa que atualmente há 378 delegados de polícia, 652 escrivães, 1.800 investigadores, num total de 2.830 policiais. Destes números somente foi confirmado o número de delegados, que segundo a Associação de Delegados de Polícia do Paraná (Adepol), são 374, ou seja, quatro a menos. O Sindicato dos Policiais Civis (Sinclapol) procurado pela reportagem da Tribuna disse que não poderia confirma ou desmentir os números. Já a Secretaria de Segurança Pública, além de não confirmar, solicitou uma cópia do panfleto e depois ignorou os telefonemas da reportagem.

Informações

O panfleto diz ainda que o Paraná tem uma população de 9,5 milhões de habitantes; 11 mil presos recolhidos em delegacias; 399 municípios. Além do efetivo da Polícia Militar ser de 17.347 e de guardas municipais, na capital, de 1.305. O efetivo da Guarda Municipal foi confirmado pela Prefeitura, já a assessoria da PM disse que só a Secretaria de Segurança Pública tem o número exato de milicianos. Além disso, o panfleto traz números de policiais federais lotados no Estado, 484;, policiais rodoviários federais, 415); juizes de direito e desembargadores, 655, e promotores, 519. De acordo com a assessoria da Polícia Federal o efetivo não pode ser divulgado por medida de segurança. O número de policiais rodoviários é menor, o correto é 396, assim como o de promotores 461.

Falência

A falta de efetivo na Polícia Civil é mais grave ainda nas delegacias da Região Metropolitana, onde muitas delas contam apenas com um policial de plantão. Em Rio Branco do Sul, por exemplo, o mesmo policial ficou 96 horas de plantão. Entrou no sábado e deixou o serviço na terça-feira.

Nem mesmo delegacias como a de Homicídios, considerada uma das mais importantes por se tratar de crimes contra a vida, possui efetivo suficiente. Conta apenas com 30 investigadores e três delegados. O que dificulta os trabalhos para solucionar os casos.

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