O segundo dia do julgamento de Beatriz Abagge iniciou às 9h30 de ontem, no 2º Tribunal do Júri de Curitiba, sem a presença dos pais do garoto que desapareceu em Guaratuba, no dia 7 de abril de 1992. No entanto, eles chegaram minutos depois, e tomaram lugar entre os que assistiam o julgamento.

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A acusação começou o debate com a promotora Lucia Inez Giacomitti Andrich, que solicitou aos jurados não se comoverem com as faixas e camisetas em defesa da acusada. “Muitos que estão hoje aqui, nem nascidos eram, mas vestem camisetas, sem saber o que está por trás”, alertou.

Entrevista

Diogenes Caetano, tio de Evandro, falou com os jornalistas. “Não penso mais em Evandro, mas em todas as crianças sacrificadas por esta seita. Não faço ideia de quantos inocentes salvei nestes dezenove anos em que a seita teve que gastar dinheiro com a defesa delas e deixou de gastar para matar mais crianças”, disse.

Primeiro dia

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Quatro testemunhas de defesa e duas de acusação foram ouvidas anteontem, no primeiro dia do julgamento. Com plenário lotado, principalmente de estudantes de Direito, as declarações do delegado da Polícia Civil Luiz Carlos de Oliveira, última testemunha de defesa ouvida, caíram como uma bomba.

Com plenário lotado, principalmente de estudantes de Direito, as declarações do delegado da Polícia Civil Luiz Carlos de Oliveira, última testemunha de defesa ouvida, caíram como uma bomba.
Ele foi categórico ao afirmar que o Ministério Público e o Judiciário foram induzidos a erro “até hoje”, manipulados por informações falsas, para incriminar não só Beatriz, mas também os seis outros acusados pelo mesmo crime.

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Apontou o engenheiro civil Diógenes Ramos Caetano (parente do menino morto) como um dos responsáveis pela trama, dizendo que ele contou com a ajuda da Polícia Militar e de “outras pessoas” para dar sustentação à fraude

Rapidez

Ao contrário do primeiro julgamento a que mãe e filha foram submetidas, no Fórum de São José dos Pinhais, em 1998, que durou 34 dias e posteriormente foi anulado, os trabalhos, agora, aconteceram com rapidez.

Depois dos depoimentos, o juiz determinou a leitura de algumas partes do processo, escolhidas por promotores e advogados (o que consistiu especialmente na leitura de laudos) e por fim ouviu Beatriz Abagge a portas fechadas, já depois das 20h de anteontem.
Por se tratar de depoimento pessoal, em que ela iria narrar torturas que disse ter sofrido, a defesa pediu privacidade. O plenário foi esvaziado, ficando apenas as partes e os jurados. Terminado o depoimento, os trabalhos foram encerrados.