Pais assassinos batem até matar

Exatamente cinco anos e quatro meses depois de a garotinha Poliana Justus ser espancada até a morte e violentada, aos 2 anos de idade, a mãe legítima da criança, Sílvia Ribeiro, 30 anos, foi presa por policiais da Delegacia de Homicídios. Ela nega seu envolvimento no crime e acusa seu ex-amásio, Élcio Ademar Barbosa, que já está com prisão preventiva decretada e é procurado pela polícia.

Logo depois de dar à luz, Sílvia doou a garotinha para o empresário Sarion Justus, que adotou a criança pelos trâmites legais. Dois anos depois, o empresário morreu vítima de câncer e a menina foi entregue à Vara da Infância e da Juventude, para que fosse adotada por outra família. “Sílvia pensou que a menina tinha herdado bens do empresário e requereu na Justiça à guarda da criança. Como era a mãe legítima obteve prioridade”, salientou o delegado Stélio Machado, da Delegacia de Homicídios. “Ela e o Élcio percorreram todos os cartórios da cidade para verificar se o empresário tinha deixado bens para Poliana, mas descobriram que ele acabou se desfazendo de seu patrimônio para pagar seu tratamento médico”, relatou policial. “Por este motivo, eles começaram a espancar a garotinha”, completou.

Morte

No dia 5 de outubro de 1998, Sílvia levou a filha com vários hematomas até o Posto de Saúde da Fazendinha. Só que os médicos pouco puderam fazer para salvar a criança, que morreu na Unidade de Saúde. “Na época eu era delegado adjunto da Delegacia de Homicídios e instaurei o inquérito para apurar a morte”, lembrou o delegado.

Ele disse que o laudo de necropsia constatou que Poliana havia sido espancada e não caído da escada, como sua mãe relatou aos médicos. “Ela inclusive deu nome falso ao registrar a ocorrência de queda no distrito e depois para liberar o corpo da criança no IML”, enfatizou. Segundo o laudo, além de espancada, a garotinha foi violentada.

Prisão

O delegado disse que está à procura de Sílvia e Élcio desde outubro do ano passado. Na noite de anteontem, a mulher foi presa na casa dela, na Cidade Industrial.

Sílvia atribuiu o bárbaro assassinato ao ex-amásio. “Ele era ganancioso. Batia em mim e na minha filha”, alegou. A mulher só não soube explicar porque nunca procurou à polícia para denunciar o amásio.

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