Pais acusados de matar bebê têm prisão relaxada

Após 162 dias presos, a secretária Any Paula Fascolin, 29 anos, e o assessor parlamentar Nilson Moacir Cordeiro Oliveira, 32, foram soltos na tarde de ontem. O juiz da 2.ª Vara Criminal, Ronaldo Sansone Guerra, relaxou a prisão do casal por excesso de prazo. Any esteve recolhida na Penitenciária Feminina e Nilson no Complexo Médico Penal, ambos em Piraquara, e segundo suas declarações, logo após a soltura, no final da tarde de ontem, "foi um pesadelo", em cima de acusações que não condizem com a realidade. "Deus sabe de nossa conduta, e sabe que não devemos por este crime. Nossa liberdade representa hoje uma conquista, depois de seis meses de injustiça. O juiz demonstrou seriedade. Meu único medo no processo era que a Justiça falhasse. Porém, mesmo depois de 162 dias, ela foi feita", disse Nilson, emocionado, e a todo tempo, alternando abraços com seus dois filhos e com a esposa.

Any, que também trocava abraços e beijos com Nilson e com sua filha de seis anos, resumiu tudo como um pesadelo. "Foi horrível o que nos aconteceu no hospital. Fomos acusados de abusar de nosso filho e ainda saímos algemados de lá. Não pudemos ao menos acompanhá-lo até o final", fala Any, referindo-se a não poder ter sepultado a criança antes. "Todos os nossos direitos foram negados. Já é doloroso demais perder um filho e nem ao menos pudemos enterrá-lo", diz o assessor parlamentar.

Agora, em liberdade provisória, eles pretendem retomar à vida normal. O que inicialmente era uma prisão temporária, resultou em prisão preventiva, que ultrapassou o tempo que se conhece na jurisprudência brasileira, que normalmente não é maior que 80 dias. Os advogados do caso, Nilton Ribeiro de Souza e Luciano Cesconetto, também sentiram-se vitoriosos por conseguir a soltura do casal. Além do pedido de relaxamento por excesso de prazo, eles tentavam um habeas-corpus, que era esperado desde o início de novembro. "O processo agora está encerrado. Provas robustas foram produzidas inocentando o casal, e agora só basta aguardamos o julgamento, que deve acontecer dentro de quatro meses", explica Souza.

Sepultamento

Junto com a soltura de Any e Nilson, os advogados também conseguiram autorização para o sepultamento do bebê. O corpo de Luan Gabriel Cordeiro, que até o momento se encontra no IML, deverá ser sepultado até o fim da semana, no Cemitério da Água Verde. "Passamos por um pesadelo, e agora atravessaremos outro diferente, do lado de fora, que pelo menos será amenizado com a presença da família", diz Nilson.

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