Depois de várias e cansativas buscas ao corpo da adolescente Miriam Cátia Messias, 17 anos, no ano passado, a polícia fez uma descoberta macabra esta semana. O pai de Miriam, assassinada e queimada em novembro, levou a mão da filha para Cascavel, oeste do Estado, sem autorização da polícia. O homem queria manter a mão e pertences da moça em um quadro, para que fosse enterrado com ele, por remorso de ter ficado muitos anos sem vê-la.
O principal suspeito do crime é o companheiro da vítima. Miriam e Cleiton Arruda Rosne, o “Tevez”, 25 anos, estavam casados há pouco mais de um ano e viviam no Jardim Paranaense, Alto Boqueirão. Eles brigavam com frequência. “Ela trabalhou em um mercado e depois em um shopping para sustentar a casa. Ele dizia que trabalhava, mas ia atrás dela. Eles sempre brigavam”, conta Idalina, mãe de Miriam.
Briga
No período das eleições, Miriam foi morar com a mãe por três dias depois de uma discussão com o marido. O padrasto da garota proibiu Cleiton de visitá-los, porque ele teria agredido Miriam. Porém, ela decidiu reatar o relacionamento. Mesmo antes dessa briga, ela não gostava de falar sobre o casamento com a família, mas se mostrava revoltada com “Tevez”.
Em 14 de novembro, “Tevez” foi até a casa de Idalina, para dizer que Miriam fugiu com outro homem, e que ele não se responsabilizaria caso algo acontecesse com ela. A jovem já estava morta. Um amigo dele ligou para a polícia dizendo que “Tevez” lhe pediu ajuda para esconder o corpo. Este amigo negou-se a ajudar no crime e o denunciou.Miriam teria sido estrangulada e teve o corpo carbonizado. Várias partes da ossada desapareceram. Pertences da garota e fragmentos de ossos foram localizados por investigadores da Delegacia de Homicídios em um terreno às margens da Rua Cidade de Goio-erê, na Vila Osternack. Para auxiliar as buscas foi usado o helicóptero da Secretaria da Segurança Pública.
Esta semana, os policiais descobriram que, antes da chegada deles ao local onde Miriam foi queimada, o pai dela levou a mão da filha para sua residência, no interior. Ele não via a garota desde que se separou de Idalina, há oito anos. “Ele disse que colocaria a mão dela em um quadro com brincos e outras coisas dela que eu dei para ele levar. Falou que queria enterrá-la junto com ele”, conta a mãe.
Procurado
Em novembro, “Tevez” prestou depoimento e negou envolvimento na morte da esposa. Depois disso, ele teria ido até a casa de um amigo e disse que pagaria aluguel de R$ 200 para morar com ele. “Tevez” levou os pertences dele e de Miriam para a nova casa.
Depois disso, não foi mais visto. O amigo foi levado na terça-feira para a Delegacia de Homicídios e garantiu que não sabe onde está o suspeito. Os pertences da adolescente foram entregues para a mãe dela. Contra “Tevez”, já vigora mandado de prisão temporária pela morte de Miriam.
“Eu só quero que ele seja preso logo, porque o que ele fez com a minha filha poderá fazer com outra. Ele a seduziu na porta da escola, quando ela tinha 15 anos. Ela largou os estudos na 8.ª série para trabalhar e ficar com ele”, lamenta Idalina. Quem tiver informações sobre a localização de “Tevez” pode fazer denúncias pelo telefone (41) 3360-1400.
