Pai mata filho de três anos a pauladas

Monstruosidade. Assim a polícia definiu a morte de uma criança de 3 anos, assassinada a pauladas pelo próprio pai, com a conivência da madrasta. O pequeno Raul Ziemmer chegou ao posto de saúde Afonso Pena, em São José dos Pinhais, já sem vida, às 22h30 de quinta-feira. O médico que recebeu a criança percebeu os sinais evidentes de espancamento – braço quebrado, hematomas em todo o corpo, ferimentos graves na cabeça e no rosto do menino, que estava com os lábios cortados e inchados de tanto apanhar. O médico chamou a Polícia Militar e, poucas horas depois, os autores do crime – Robson Cleber Ziemmer, 28 anos, e Neusa Dias Lopes, 29 -, foram autuados em flagrante por homicídio na delegacia do município.

De acordo com a soldado Márcia, do 17.º Batalhão da PM, que participou da prisão do casal, os três anos e meio de vida de Raul foram de sofrimento. “Ele era o saco de pancadas do pai e da madrasta. Apanhava quase todo dia”, apurou a policial, lembrando que já no exame superficial, o médico do posto de saúde constatou lesões mais antigas no corpo da criança.

Raul já tinha sido tirado do pai, quando tinha dois anos de idade, pelo mesmo motivo – espancamento e maus-tratos. Mas, depois de 15 dias sob a guarda da Justiça, foi devolvido à família. Voltou para a rotina de crueldades até acabar morto.

Frio

O pai assassino demonstrou extrema frieza ao ser preso. Robson negou que o menino já estivesse morto quando foi levado por ele, com a ajuda de vizinhos, para o posto de saúde – embora o exame médico tenha constatado que a criança já havia entrado em óbito pelo menos uma hora antes de receber socorro.

“É mentira, ele ainda estava com o coração batendo”, disse o pai, que é funcionário de uma empresa terceirizada da Audi-Volkswagen. Quanto ao espancamento da criança, não soube explicar o motivo. “Me descontrolei e pronto”, resumiu. Ele e a esposa, Neusa, negaram ter usado drogas ou bebida alcoólica.

A mulher também não soube explicar por que Raul apanhava tanto, por que demoraram para levá-lo ao posto de saúde e por que permitia que o marido espancasse o próprio filho.

O casal cria outras cinco crianças – a menina caçula, de um ano e meio, é a única filha dos dois. Além de Raul, Robson tem outro filho, de 5 anos, com a primeira mulher. A mãe dos dois meninos está presa por tráfico de drogas na Penitenciária Feminina, em Piraquara. Segundo Robson, há muito tempo ela não vê os filhos. Neusa, por sua vez, tem outros três filhos, de 7, 5 e 4 anos, de um relacionamento anterior. Todos moravam juntos, em Borda do Campo. Com os pais presos, as cinco crianças ficarão sob a guarda da Justiça. Na mesma noite em que Robson e Neusa foram presos, o Conselho Tutelar de São José dos Pinhais foi avisado da situação.

Robson foi autuado por autoria do homicídio e Neusa por co-autoria. O casal prestou depoimento ao escrivão Gilberto na madrugada de ontem. Em seguida, os dois foram recolhidos ao xadrez pelos investigadores Cláudio, Collaço e Eliseu. De acordo com as investigações e resultados de exames no IML, o pai poderá ser denunciado também por tortura, caso fique comprovado que Raul era espancado com freqüência – o que poderá agravar a pena de Robson, caso venha a ser condenado.

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