Nildo José dos Santos, 45 anos, e o filho, Elton dos Santos, 20, não viram o Brasil conquistar a Copa América. O jogo contra a Argentina estava no intervalo quando um homem voltou ao bar onde os dois estavam, na Rua Mato Grosso, Jardim Boa Vista I, Campo Magro. O assassino, que havia brigado com as vítimas momentos antes, atirou quatro vezes e matou os dois, às 18h de ontem.
Nildo e Elton dedicaram a tarde de domingo para assistir pela televisão a final do torneio. Tudo corria normalmente dentro do Bar do Gadeia até o final do primeiro tempo. Neste instante, um homem conhecido apenas como “Nego” estacionou seu Monza, entrou no boteco e pediu um litro de vinho. “Nego perguntou porque o Nildo estava encarando. Bateram boca e começaram a se agarrar”, contou Nelson Leite, dono do boteco.
A turma do deixa-disso separou os brigões. “Nego” saiu do bar sem falar nada. Dez minutos mais tarde, voltaria armado de um revólver. Também sem dizer nada, começou a atirar da porta para dentro.
O primeiro tiro foi para o chão e o segundo atingiu o peito de Elton. Enquanto o rapaz cambaleava, “Nego” dirigiu-se até Nildo, que tentou correr para a rua mas não escapou de ser baleado, também no peito. Os disparos foram fatais e pai e filho caíram mortos a cinco metros um do outro, bem em frente ao boteco. O quarto disparo acertou de raspão Jonas Cordeiro de Moura, um outro freqüentador do bar, que não precisou ser hospitalizado.
Enlouquecido
Logo em seguida, o autor apanhou o carro e partiu em disparada. De tão transtornado, chegou a bater o Monza numa barraca de cachorro-quente, a algumas quadras do bar. Depois, continuou a fuga a pé. “Foi uma discussão muito boba. Segundo os fregueses, “Nego? parecia estar sob efeito de substância entorpecente”, falou o investigador Rudimar, da delegacia de Campo Magro.
O mais incrível é que o acusado, segundo o policial, seria um membro da família das vítimas – o exato grau de parentesco não foi apurado. A polícia tentou localizar “Nego” na casa dele, próxima do local do crime, mas não teve sucesso.
Nildo e Elton eram pedreiros, moravam na Rua Minas Gerais, também no Jardim Boa Vista, e não traziam problemas ao proprietário do bar.
“Às vezes discutiam por causa de futebol, mas nada de grave”, contou Nelson, que montou o estabelecimento há 12 anos, e há 7 assistira a um outro homicídio, cometido do lado de fora. Ele não soube dizer se havia desentendimento anterior entre acusado e vítimas.