Pai-de-santo vai a novo júri amanhã

Depois de diversos adiamentos, deverá se sentar no banco dos reús, nesta sexta-feira, o pai-de-santo Osni Noronha, conhecido como "Jacaré", 60 anos. O júri está marcado para as 9h e será presidido pelo juiz Rogério Etzel. Osni já foi condenado a 54 anos e 8 meses de reclusão, pela morte dos próprios filhos, Lucas Raziel Pilatti Noronha, 4 anos, e Maria Clara Pilatti Noronha, de 2 anos, executados com tiros na cabeça enquanto dormiam. Ele também já foi condenado pelo assassinato do ex-cunhado, Fernando Pilatti, 22, e pela tentativa de matar a ex-sogra, Elone Maria Walter. Todos os crimes ocorreram na noite do dia 16 de dezembro.

O advogado Matheus Gabriel Rodrigues de Almeida informou que a tese de defesa é a negativa de autoria. "Vamos provar que ele não matou os próprios filhos", disse o defensor, salientando que há dúvidas no processo de que Osni realmente tirou a vida dos filhos. "Na dúvida não se pode condenar uma pessoa", salientou. Na época, de acordo com o defensor, Osni Noronha apresentou a arma à polícia, porque tinha certeza que não era o autor do crime. "Ele foi com o advogado, não iria produzir prova contra si. A arma estava guardada na casa. Ele jura que não teria coragem de cometer o crime contra as crianças", disse Matheus. Já para a promotoria, não há dúvidas de que Osni Noronha matou as crianças. A acusação irá pedir que os jurados mantenham a sentença condenatória do julgamento anterior.

Adiamentos

O primeiro julgamento de Osni Noronha foi adiado seis vezes até acontecer nos dias 26 e 27 de setembro de 2002. O julgamento teve 23 horas de duração. Pela execução de cada filho, Osni foi condenado a 17 anos e 4 meses de reclusão; pelo assassinato de Fernando foram mais 12 anos; e pela tentativa de homicídio contra Elone, mais 8 anos, o que totalizou 54,8 anos. Este ano, o novo julgamento já foi adiado duas vezes. Como foi condenado há mais de 20 anos de reclusão, ele tem direito e um novo júri.

Acusação

Carla Pilatti e Osni Noronha foram amantes durante oito anos, sendo as duas crianças fruto desta relação amorosa. Ele era casado e nunca abandonou a família para ficar com a jovem, que era sua amásia desde os 16 anos. Cansada da situação, Carla desmanchou o relacionamento três meses antes da tragédia.

De acordo com a acusação, Osni convidou Carla para ir até uma chácara, na Vila Areia Branca dos Assis, em Mandirituba. Temendo as ameaças feitas anteriormente pelo ex-amante, a jovem pediu para o irmão ir junto, ambos ocupando um Escort. Pouco antes do retorno, por volta das 22h, Osni teria sacado o revólver calibre 38 e forçado Carla a levá-lo até sua casa, onde encontrou Elone, contra a qual disparou o primeiro tiro, ferindo-a de raspão no queixo. Em seguida, fez outro disparo, atingindo o peito de Fernando. Depois, tornou a descarregar a arma na cabeça dos filhos, que dormiam, um no sofá e outro no tapete da sala.

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