O assessor parlamentar Nilson Moacir Cordeiro, 31 anos, se apresentou no início da noite de ontem, no Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (Nucria), acompanhado de seu advogado Luciano de Oliveira Sobieray. Ele e sua mulher, a secretaria Any Paula Fascollin, 29, são acusados de abusar sexualmente do filho Lucas Gabriel Cordeiro, de apenas sete dias, que morreu na última sexta-feira. O casal está com prisão temporária decretada a pedido da promotora Michele Rócio Maia Zardo, do Ministério Público.
Após a entrada do assessor parlamentar, as portas do Nucria foram fechadas e o porteiro recebeu ordens para não incomodar a delegada Paula Christiane Busato. Funcionários também deixaram de atender os telefones do órgão.
Ontem, antes da apresentação do suspeito, a delegada Paula informou que aguarda a conclusão do laudo de necropsia do bebê, realizado pelo Instituto Médico-legal (IML), que deverá apontar a causa da morte. A expectativa é que o resultado seja entregue em 15 dias. Ela informou que irá ouvir os médicos que prestaram atendimento ao bebê, nas próximas horas, e deverá se pronunciar sobre o caso hoje.
A promotora Michele do Rócio Maia Zardo informou que o Instituto Médico Legal (IML) liberou o corpo de Lucas na sexta-feira, mas como a prisão dos pais da criança foi decretada no mesmo dia e eles desapareceram, o cadáver não foi reclamado e permanece no Instituto. "Estamos aguardando os laudos. Existe uma lesão necrosada, que resultou em uma infecção. Não sei se foi para fim libidinoso", salientou a promotora. Ela disse que médicos informaram que a lesão havia sido causada pelo menos 48 horas antes do internamento. "Existe um crime que foi a ofensa a integridade física do bebê, que repercutiu em morte", afirmou Michele.