A confusão que resultou no assassinato do professor de academia Fábio Roberto Teixeira, 33 anos, na Rodeo Country Bar, Bacacheri, na madrugada de segunda-feira, teria sido provocada por um estrangeiro (alemão ou americano) que “mexeu” com uma mulher, o que irritou frequentadores. A versão é apurada pelo delegado Vinícius Augustus de Carvalho, do 4.º Distrito Policial (Boa Vista), responsável pelo inquérito. Ontem, foram ouvidos os seguranças da casa, que estavam em seis naquela noite (dentre eles uma mulher), número insuficiente para a capacidade do bar, que em seu próprio site (www.rodeocountrybar.com.br) anuncia ser a maior do gênero no Sul do País.
Apontado por testemunhas como autor do crime, o empresário sul-coreano Yong Suk Kim, 42, negou a autoria no primeiro interrogatório. Depois, preferiu se calar, afirmando que só falará em juízo. Ele está recolhido em uma cela do 12.º Distrito (Santa Felicidade) e não é mais proprietário de boate, como foi divulgado. Yong é dono de várias lojas de confecções no centro da cidade e também em shoppings. Ele tentou abrir uma casa noturna, no Água Verde, no início do ano, mas o empreendimento não deu certo já no primeiro mês, causando prejuízo de R$ 800 mil. Por conta do erro empresarial, Yong foi obrigado devolver sua mulher e a filha ainda bebê, à família dela, pois não teria demonstrado capacidade suficiente para sustentá-las.
Agressões
Ao contrário do que se supôs no início das apurações, a briga não se limitou entre Yong e Fábio. Novos depoimentos revelaram que o “estrangeiro” era agredido por vários indivíduos (depois da “cantada” na frequentadora), quando Yong partiu para cima dos agressores, supostamente para defender o rapaz. Os amigos de Yong se envolveram na pancadaria. Cerca de 15 pessoas participaram do tumulto e algumas delas ficaram feridas. Elas deverão ser ouvidas nos próximos dias.
A arma do crime ainda não foi localizada. Existe a informação que um amigo de Yong encontrou a capa de um canivete em cima de uma mesa e entregou-a para um segurança. Também há a possibilidade de o sul-coreano ter utilizado uma espécie de soco-inglês com pequena lâmina, usado como fivela de cinto.
De acordo com o delegado Vinícius Augustus, como o acusado negou a autoria, não é possível trabalhar com a hipótese de “legítima defesa de terceiro”, o que poderia amenizar a situação de Yong. O cônsul da Coréia do Sul já tomou conhecimento do episódio e está vindo de São Paulo para acompanhar o caso.
