“Não atire nele, pai! Não atire!”, foram as últimas palavras ouvidas antes dos tiros que mataram Valdecir Ferreira dos Santos, 21 anos, da Rua Betonex, Planta São Mateus, em Piraquara, no início da madrugada de quarta-feira. O rapaz caiu junto com sua bicicleta de alumínio e ninguém soube ou quis dar informações à polícia, para que o assassino fosse identificado.
Somente disseram aos soldados César e Valdomiro, do 17.º BPM, que antes dos estampidos, houve uma discussão na rua. O investigador Paredes, da delegacia local, recebeu a informação de que uma criança, de aproximadamente 8 anos, teria suplicado ao pai que não atirasse. Apelos que não foram atendidos e Valdecir foi morto com quatro tiros, um à queima-roupa no pescoço, outro na cabeça e dois na lateral do peito, conforme avaliação preliminar da perita Jussara Joeckel, do Instituto de Criminalística.
Medo
A vítima morava no final da Rua Betonex e foi morta praticamente na outra extremidade da via, próximo à esquina com a Rua Maria Ignácia Nogueira Santos. “Aqui ninguém fala nada”, lamentou um PM, acrescentando que a mudez voluntária dos habitantes da região ajuda a perpetuar a impunidade. No início da manhã de ontem, a delegacia de Piraquara deteve um homem na Planta São Marcos com um revólver calibre 38, que tinha quatro cápsulas deflagradas – mesmo número de tiros que mataram Valdecir. “Isto o torna suspeito, mas ainda não há outros indícios que o incriminem. Vamos investigar”, afirmou o superintendente Édson Costa.