O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), força-tarefa do Ministério Público do Paraná e Polícias Civil e Militar, em parceria com a Força Samurai, da PM-PR, deflagraram nesta sexta-feira (6) a “Operação Nieman”.
Visando desarticular quadrilha de tráfico de drogas (de cocaína e crack, sobretudo), que agia principalmente nos bairros Pilarzinho e Cajuru e em Almirante Tamandaré e Pinhais, foram cumpridos 30 mandados de busca e apreensão em Camboriú (SC), Curitiba e Pinhais.
Até a metade da tarde, 16 pessoas haviam sido presas, entre elas Marcelo Stocco, conhecido traficante da região do Pilarzinho e principal “alvo” da operação, que foi preso em Camboriú. Mais nove integrantes da quadrilha, contra os quais foram expedidos mandados judiciais, já estavam recolhidos no sistema prisional, e ainda outras pessoas estão sendo procuradas para cumprimento de mandados de prisão preventiva.
Foram apreendidos, até as 15 horas desta sexta-feira, sete armas (uma pistola .40, uma espingarda calibre 22 semi-automática – com queixa de roubo, dois fuzis – um Colt e um AK, uma submetralhadora Taurus Famae e dois revólveres 38); 233 balas de fuzil calibre 556; 514 de fuzil calibre 762; 43 de pistola calibre .40; 42 de revólver calibre 38; 196 de pistola 9mm; 4 de pistola calibre 380; cerca de 28 quilos de drogas, entre crack e cocaína; nove buchas de cocaína; quatro coletes a prova de balas; R$ 110 mil em dinheiro; dez carros e uma moto; e notas fiscais em nome de Marcelo Stocco.
As investigações que embasaram a operação foram feitas em duas frentes de trabalho, uma a cargo do Gaeco e outra a cargo da Força Samurai, com o objetivo de identificar quem fornecia as drogas à quadrilha de Stocco, os responsáveis pela lavagem de dinheiro, e o tráfico, em si, realizado “no varejo” em Curitiba, Pinhais e Almirante Tamandaré.
Segundo as investigações, Stocco movimentaria expressiva quantidade de drogas na capital e região metropolitana; dominando as regiões a região mediante violência. Também haveria indicativos da participação de sua quadrilha em homicídios ocorridos nos últimos 12 meses na região do Pilarzinho e em Almirante Tamandaré, que teriam sido motivados por disputa de pontos de venda e dívidas de drogas. O traficante comandaria a quadrilha nos moldes de uma empresa, estabelecendo cotas diárias para cada traficante.
O dinheiro obtido com o tráfico seria investido por Stocco e seus familiares em imóveis, já identificados. Ele também constituiria uma empresa de construção sediada no município de Araucária, que seria utilizada para
lavagem de dinheiro do tráfico.
No curso das investigações foram presos 11 traficantes e apreendidas drogas, armas e veículos. Em setembro deste ano, foram apreendidos quatorze quilos de crack e cocaína na posse de Marcelo Claudino da Cruz, conhecido como “Marquinhos”, que seria o braço direito de Stocco. A droga teria sido adquirida de Vilson Krenciglova, fornecedor de Stocco.
Em 2003, Marcelo Stocco já havia sido preso, pela Policia Federal, acusado de tráfico de cocaína e homicídio, sendo liberado em 2006. Na mesma época, Kenciglova esteve recolhido no sistema prisional do Estado. Em liberdade, ambos voltaram a traficar.
Os mandados judiciais cumpridos nesta sexta-feira foram expedidos pelo juízo do Foro Regional de Pinhais e pela Vara de Inquéritos Policiais.
