Uma quadrilha, acusada de fazer parte de um grande esquema de roubo e receptação de gado e de máquinas agrícolas no interior do Paraná, foi desmantelada na Operação Vidas Secas, feita pelo Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) em parceria com o Batalhão da Polícia de Choque. Doze pessoas foram presas, três armas e aproximadamente 400 gramas de maconha apreendidos.
O grupo agia infiltrado no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), com a intenção de conseguir áreas, onde poderiam esconder o gado e as máquinas roubadas nas regiões de Ortigueira e Faxinal, no norte do Estado. Quando alguém do movimento ia contra a ação dos pistoleiros, era ameaçado de morte.
Homicídio
Segundo o delegado Miguel Stadler, as investigações começaram quando o líder do MST Eli Dallemole foi assassinado, em 30 de março. A primeira informação era que o crime tinha sido cometido por uma milícia, no entanto, durante as investigações, foi descoberto que Dallemole havia ameaçado denunciar o bando à polícia.
Dallemole foi morto na casa onde morava com a família, no assentamento Libertação Camponesa, em Ortigueira. Os familiares disseram que ele recebia ameaças e, na hora do crime, estava acompanhado da mulher e do filho, que nada sofreram.
Prisões
Participaram da operação 70 policiais em 20 viaturas. ?Por volta de 6h, simultaneamente, efetuamos a prisão dos doze suspeitos em Ortigueira, Faxinal e Telemaco Borba?, disse o delegado. Além das prisões, também foram cumpridas 24 ordens judiciais de busca, e duas espingardas calibre 12 e 400 gramas de maconha foram apreendidos.
?Dez presos foram trazidos para Curitiba, dois já estavam presos em Telêmaco Borba e Ortigueira e outros três já estavam presos desde março, por mandado de prisão preventiva, acusados de envolvimento na morte de Dallemole?, explicou o delegado.
Cada um com seu crime
Márcio Barros e AEN
Foram apresentados pelo Cope, ontem, os irmãos Pedro Aparecido Maria, vulgo Pedro Louco, ex-integrante do MST; Valdinei Aparecido Maria, também expulso do MST; e o caçula Vanderley Aparecido Maria. Também suspeitos de participar do esquema foram presos Edson Adelino de Assis, vulgo ?Dizão?; Alceu Fogaça de Almeida; Mauro César Lacerda; Gessé Veslei Rimovicz; Fernando da Silva Santos; Valdemir Adão da Cunha e Ademir da Silva.
De acordo com o delegado Stadler, os presos serão interrogados e cada um vai responder pelo crime que lhe for atribuído. ?Mas já sabemos que a maioria será por formação de quadrilha, furto, roubo e possivelmente a prática do homicídio?, completou.
