A Operação Força Unida, das polícias militar e federal, prendeu 47 pessoas. continua após a publicidade |
As polícias Civil, Militar e Federal do Paraná desencadearam ontem a operação Força Unida, que resultou na prisão de 47 pessoas, dentre elas, 35 policiais militares e nove civis suspeitos de envolvimento em crimes de contrabando e descaminho de cigarros e eletrônicos em regiões próximas à fronteira com o Paraguai.
Os nomes dos policiais vieram à tona após o atentado contra o juiz federal de Umuarama, no Noroeste, Jail Azambuja, na última quinta-feira. O juiz investigava pessoas ligadas ao crime organizado na região.
O juiz já havia afirmado, quando do atentado, que acreditava se tratar de uma ameaça por conta de investigações sobre o crime organizado na região. ?Ele estava à frente de um procedimento criminal diverso, o qual havia sido aberto através de denúncias de facilitação ao contrabando e ao tráfico de drogas, além de corrupção. Diria que foi uma maneira de tentar intimidá-lo, mas que acabou surtindo efeito contrário?, afirmou ontem o superintendente da Polícia Federal no Estado, Delci Carlos Teixeira.
O motivo é que, na noite de sábado para domingo, uma testemunha procurou a Justiça e relatou, num depoimento de mais de dez horas, os nomes de 50 pessoas supostamente envolvidas no caso investigado por Azambuja. O juiz determinou imediatamente a prisão temporária dos citados, a maioria cumprida ontem nas cidades de Umuarama, Icaraíma, Iporã, Ivaté, Cianorte e Cruzeiro do Oeste.
Além dos policiais, foram detidos dois vereadores (um de Ivaté e outro de Cruzeiro do Oeste) e o vice-prefeito do município de Alto Paraíso, Dinei Gregianin. Ainda estão foragidos um policial militar, um empresário e um contrabandista. As polícias também cumpriram ontem 51 mandados de busca e apreensão nas residências dos presos e numa revenda de automóveis em Umuarama. A empresa foi lacrada e dela foram retirados cerca de 70 veículos de luxo.
Policiais
Os nomes dos policiais presos não foram divulgados pela polícia. De acordo com o secretário de Estado da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, o envolvimento de cada um ainda será apurado. ?Definir o que cada um faz é impossível nesse momento, o que deve ser feito no decorrer das investigações?, disse. Eles estão sendo ouvidos em Maringá, onde permanecem detidos, e podem ser indiciados por crimes de contrabando, descaminho, facilitação ao contrabando e ao descaminho, corrupção ativa e passiva, além de formação de quadrilha.
Quanto ao atentado contra o juiz, a polícia já chegou a três suspeitos, sendo um tenente da PM e os outros dois apontados como os homens que atiraram contra o carro de Azambuja. Seis tiros foram disparados contra o veículo. Eles também permanecem presos em Maringá. Azambuja não foi ferido.