Curitiba

Operação prende 29 suspeitos de tráfico

Quinze mulheres envolvidas com o tráfico de drogas estão entre os 29 presos de mais uma etapa da Operação Liberdade, coordenada pela Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc). A ação, desta vez, se concentrou na Vila Nossa Senhora da Luz, na Cidade Industrial, um dos bairros com maior índice de homicídios, a maioria motivada pelo tráfico. Algumas prisões foram no Caiuá e no Sabará, e no Fazendinha.

No início do mês passado, Everton Alves do Espírito Santo, o “Polaco”, 32 anos, considerado o principal fornecedor de drogas da região, foi preso. A partir dessa prisão a polícia chegou aos outros presos, capturados entre quarta-feira e ontem. Entre as mulheres, está uma idosa de 62 anos, que guardava droga em casa para a filha. Quatro detidos têm antecedentes por homicídio, três deles já estão presos no sistema penitenciário, entre eles Alexandre Dantas de Vasconcelos, o “Vingador”, 34 anos, que articulava a venda da droga de dentro da penitenciária e era considera o chefe do esquema.

Drogas

Foram apreendidos 2,1 quilos de cocaína bruta, 23 buchas da droga prontas para a distribuição, 1,4 quilos de maconha e 1,4 quilos de crack, além de 70 pedras da droga e R$ 4 mil em dinheiro. A quantidade de crack apreendida geraria 7 mil pedras de R$ 10 cada. A polícia também encontrou três revólveres, duas pistolas calibre 45 e 9 milímetros e 37 munições. As armas serão encaminhadas a perícia para descobrir se foram usadas em homicídios.

Everton não tinha antecedentes criminais e era o “chefe dos biqueiros”, como definiu a delegada Camila Cecconello. Ele abastecia cerca de 20 traficantes que faziam a venda no varejo e foi pego a batizar dois quilos de cocaína na casa dele, na Vila Nossa Senhora da Luz, onde havia três balanças de precisão.

Segundo a polícia, a cada 20 dias, ele comprava dois quilos de cocaína e dois quilos de crack. “Os seis quilos que movimentava quinzenalmente valiam em média R$ 90 mil e ao serem vendidos para traficantes do varejo lhe geravam um lucro três vezes maior. Já o preço médio do crack é de R$ 8 mil o quilo. Estamos investigando quem trazia a droga para ele de Foz do Iguaçu”, contou a delegada.

Filhos levam mães pra trás das grades

Átila Alberti
Alexandre seria o coordenador. Veja na galeria de fotos a operação da polícia.

O número de mulheres presas durante a operação -praticamente a metade – revela a crescente atuação delas no tráfico de drogas. Durante a ação, três mães e suas filhas foram para a cadeia, assim como duas cunhadas, cujos maridos estão presos. A presa mais nova tem 19 anos e a mais velha, 62. Mas a maioria dos detidos tem entre 25 e 32 anos, segundo a delegada Camila.

Ela explicou que boa parte das mulheres se envolve no tráfico para tocar o negócio de parentes. Aparecido dos Santos, que está detido na penitenciária, segundo a delegada, é marido de Daiana Alves Seriano, a “Daya”, que foi presa com sua mãe, Demair Alves Seriano, a “Dona Dema”. “Depois que Aparecido foi preso, as duas eram orientadas por ele a continuar a vendendo droga”, revelou.

Visitas

Muitas se envolvem com o crime para acobertar filhos, como fazia Rosalina da Silva Tavares, 62, que escondia e vendia a droga para a filha Simone, presa no Centro de Triagem I. Durant,e a operação, também foram detidas Rosimeire Aparecida Floriano, que tem passagem por furto, e sua filha Natasha Aparecida Valente; e as cunhadas Semilda Aires dos Santos e Solange Ribeiro da Paz, que continuam mantendo o ponto de venda de droga no lugar dos maridos presos. “As coordenadas e os contatos eram repassados a elas durante visitas ao presídio. Elas mesmas faziam a negociação da droga”, contou a delegada, que com as prisões, espera que o número de homicídios na região diminua.

Investigação em pontos de venda

Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram cumpridos por 150 policiais, em pontos de venda de drogas -identificados após três meses de investigação. “Alguns presos foram capturados não por ter relação com Everton, mas porque foi encontrada droga na casa deles”, explicou a delegada.

Além de Alexandre, que tem antecedentes por latrocínio e homicídio, e está preso na Penitenciária Estadual de Piraquara II; três estão cumprindo pena: Marlon Cestter de Morais, 34, Aparecido dos Santos, o “Buiú”, 38 anos, e Daniel Rypchisnk, 29.

Veja na galeria de fotos a operação da polícia.

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