A Polícia Federal de Guaíra deflagrou ontem o cumprimento de 17 mandados de prisão preventiva e 12 mandados de busca e apreensão no Paraná, em Santa Catarina, em São Paulo e no Rio de Janeiro. A ação faz parte da Operação Parabellum, que há cinco meses trabalha na investigação de quadrilhas associadas para a prática de tráfico internacional de drogas e armas e munições de calibres restritos. O nome da operação é uma referência à fabricante de armas alemã.
Durante as investigações, 24 pessoas foram presas. Ontem, dos 17 mandados, 10 foram cumpridos com sucesso. Dos 17, sete eram direcionados ao Paraná, dois em Umuarama, quatro em Guaíra e um em Londrina.
O esquema de tráfico começava em Salto del Guaira, no Paraguai. De lá, os carregamentos de drogas e armas seguiam para domicílios das cidades de Guaíra e Umuarama, de onde eram distribuídos para o interior do Paraná, São Paulo, Santa Catarina e Rio de Janeiro. No esquema, os criminosos também faziam receptação de carros roubados de diversas regiões do Brasil, para fazer escambo com os traficantes paraguaios.
Segundo o delegado da Polícia Federal responsável pelo caso, Luciano Flores de Lima, a operação tem importância nacional. ?Descobrimos conexão da quadrilha com um presidiário ligado ao PCC, que comandava o negócio de dentro da cadeia?, diz o delegado. O preso em questão é Márcio João de Oliveira Gomes, também conhecido como ?Magaiver?.
No decorrer das investigações, a PF foi monitorando diversos carregamentos de armas e drogas, com prisão em flagrante de alguns envolvidos. Num dos acompanhamentos foi possível prender quatro criminosos enquanto desenterravam 117 quilos de maconha no interior de uma chácara em Umuarama, que já havia servido dias antes para armazenar um lança-foguetes e uma metralhadora com tripé do exército argentino. Na ocasião, também foram detidos quatro envolvidos que levariam armamento de guerra para o presidiário.
No período investigado, foram acompanhados pelo menos 12 carregamentos de armas e drogas, o que resultou, além da prisão de 24 criminosos em situação de flagrante, na apreensão de mais de 850 quilos de drogas entre maconha, haxixe e crack, além de diversas armas de grosso calibre e milhares de munições. ?Mesmo com pouco pessoal na operação, conseguimos ser bem sucedidos. Com um pouco de empenho e trabalho, nós conseguimos combater o crime com eficiência.? Com a conclusão da Operação Parabellum, o caso passa agora para a Justiça Federal.