Uma pessoa foi presa ontem em Pato Branco, no sudoeste do Estado, durante uma operação que, de acordo com a Polícia Federal (PF), desmantelou uma das maiores quadrilhas de tráfico internacional de drogas em atividade no Brasil. Batizada de Operação Ícaro a ação começou na quarta-feira à noite no Paraná, em São Paulo e em Santa Catarina, acarretando no fechamento de um laboratório de refino de cocaína e na prisão de mais de dez pessoas, além da apreensão de grande quantidade de armamento de grosso calibre. O grupo transportava cocaína do Mato Grosso até São Paulo com a ajuda de helicópteros.
A PF informa que foram vários anos de investigação até a identificação de duas fazendas nos municípios de Pardinho e Gália, interior de São Paulo, que funcionavam como laboratórios de refino, contendo, aproximadamente, 80 quilos de cocaína refinada e cerca de 700 quilos de pasta base que estavam sendo processados com produtos químicos de uso controlado. No Paraná, foi preso um dono de posto de combustíveis acusado de fornecer gasolina para um helicóptero usado para o tráfico. A aeronave foi localizada em Balneário Camboriú, em Santa Catarina. O helicóptero foi apreendido e o piloto preso, assim como Floriano Nolasco da Silva Junior, proprietário da aeronave.
Em São Paulo, a droga e o arsenal foram encontrados na Fazenda Santa Tereza, na rodovia João Ribeiro de Barros. Um laboratório para o refino da droga que funcionava no local foi desmantelado pelos policiais. A PF apreendeu outros 25 quilos de cocaína na Fazenda Diamante, em Pardinho (203 quilômetros de São Paulo).
Tiros
Em Gália (400 quilômetros de São Paulo), as equipes da PF foram recebidas a tiros. Houve combate e os policiais acabaram prendendo um dos principais traficantes do Brasil, Luciano G.D., responsável pelo recebimento da pasta base de cocaína dos cartéis bolivianos, via Paraguai. Luciano é proprietário de seis fazendas com aproximadamente duas mil cabeças de gado e diversas residências em condomínios de luxo, todas em São Paulo. Ninguém ficou ferido. Luciano já estava com prisão preventiva decretada em razão da apreensão de 800 quilos de cocaína em outro laboratório na área rural de Rio Claro (SP). Também acabaram presos em flagrante no laboratório outros quatro traficantes. A PF suspeita que os presos tenham ligação com o grupo do traficante Fernandinho Beira-Mar, que cumpre pena por tráfico de drogas.
A operação prosseguiu por todo o dia de ontem com o cumprimento de mandados de prisão temporária e mandados de busca e apreensão. Os detidos foram encaminhados à sede da Polícia Federal de Bauru.
Com os traficantes, a PF apreendeu um arsenal: quatro fuzis, três carabinas, duas escopetas calibre 12, 17 pistolas, diversos revólveres, granadas, farta munição, silenciadores e até aparelhos de visão noturna.