A Polícia Federal em Guaíra deflagrou, nesta quinta-feira (17), uma grande operação para desarticular uma organização criminosa em ação na fronteira. O grupo é envolvido com contrabando e corrupção policial. A “Operação Láparos” cumpriu 150 mandados de busca e apreensão e 108 ordens de prisão preventiva, das quais 43 para policiais. Foram presas 69 pessoas, entre elas 29 policiais militares e civis.
Dentre os mandados de prisão expedidos pela Justiça Federal, em Guaíra e Umuarama, houve a prisão de 36 pessoas em Guaíra, cinco em Londrina; oito em Maringá; três em Foz do Iguaçu, e 17 em Cascavel. As investigações iniciaram há 14 meses e, neste período, foram presas em flagrante 202 pessoas e apreendidos mais de três milhões de pacotes de cigarros contrabandeados do Paraguai, 6,5 toneladas de agrotóxicos de mesma origem, 109 caminhões, 76 automóveis e 13 embarcações.
As investigações demonstraram ainda o envolvimento de 13 policiais civis e 29 militares do Paraná e um da Polícia Rodoviária Federal. Os policiais receberiam vantagens econômicas para informar sobre as ações da PF contra o contrabando, garantindo ainda a livre circulação de veículos usados pela quadrilha para distribuir cigarros e agrotóxicos contrabandeados.
As ações repressivas da Polícia Federal ocorrem hoje em 38 cidades do Paraná, quatro em São Paulo, três no Mato Grosso do Sul, três em Minas Gerais, um em Rondônia e um no Mato Grosso.
O Ministério Público do Paraná em Cascavel, a Secretaria de Estado da Segurança Pública do Paraná e a Corregedoria Regional da PRF colaboraram com as investigações.
Cidades
No Paraná, as ações se desenvolvem nas cidades de Guaíra, Terra Roxa, Francisco Alves, Iporã, Mercedes, Vera Cruz do Oeste, Umuarama, Cruzeiro do Oeste, Tuneiras do Oeste, Icaraíma, Cafezal do Sul, Tapejara, Douradina, Ivaté, Londrina, Lidianópolis, Faxinal, Foz do Iguaçu, Santa Terezinha de Itaipu, Missal, Medianeira, Matelândia, Maringá, Doutor Camargo, Terra Boa, Santa Fé, Astorga, Cianorte, Paiçandu, Cascavel, Assis Chateubriand, Corbélia, Formosa do Oeste, Tupassi, Toledo, Ubiratã, Marechal Cândido Rondon e Ouro Verde do Oeste.
Combate
Segundo o Superintendente Regional da PF no Estado do Paraná, José Alberto Iegas, esta ação sinaliza reforço da orientação de que a Instituição, no Estado do Paraná, foque no combate ao crime organizado e à sua capacidade de infiltração nos poderes públicos por meio da corrupção de seus agentes.
Os presos policiais serão, após a formalização de sua detenção, entregues às suas corporações e ficarão à disposição da Justiça Federal. Os demais presos serão recolhidos, em cada região, aos locais determinados pela autoridade competente, que indicará penitenciárias, cadeias ou delegacias para o cumprimento das prisões preventivas, também à disposição da Justiça Federal e Guaíra.
Nota
Em nota oficial, o Departamento de Polícia Civil do Paraná informou que “as investigações da Operação Láparos sobre envolvimentos de policiais civis em casos de contrabando e corrupção, estão sendo acompanhadas pela Corregedoria da Polícia Civil”.
A Polícia Civil ressalta que “prima pela integridade moral e ética de seu quadro de pessoal, repudiando categoricamente os desvios de conduta que comprovados, serão punidos com rigor, como forma de garantir a qualidade dos serviços que visam redução dos índices de criminalidade e o bem estar das famílias paranaenses”.