O Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce) e o Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) comandaram uma operação de fiscalização na manhã de ontem, em Curitiba e São Paulo, em cumprimento aos nove mandados de busca e apreensão emitidos pela Promotoria de Justiça de Proteção à Ordem Tributária contra as empresas Sherkat Farsh Iran Ltda., ITC Comércio, Importação e Exportação de Jóias Ltda. e Medalhão Persa Ltda.

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O intuito da ação foi obter documentos necessários no processo investigativo de possível sonegação fiscal e formação de quadrilha. O principal alvo das investigações é o proprietário das empresas, o iraniano Youssef Amirkiai. ?Com os documentos apreendidos, será possível verificar que tipos de transação eram feitas pela empresa?, afirmou o promotor José Geraldo Gonçalves, da Promotoria de Justiça de Proteção à Ordem Tributária.

O cumprimento dos mandados envolveu cerca de 50 policiais civis e 27 fiscais da Receita Estadual. Em Curitiba, a força-tarefa esteve nas três lojas Medalhão Persa, no Batel, nas Mercês e no Mossunguê. Também foram vistoriados três escritórios de contabilidade e a residência de Amirkiai, também no Mossunguê. Em São Paulo, policiais do Nurce estiveram no bairro Jardins e na casa do também iraniano Amir Shahrouzi, ex-sócio da empresa.

Foram apreeendidos centenas de documentos, como cobranças, extratos bancários e livros de registro. Na loja do Mossunguê, foram encontrados dois cofres, que foram lacrados e serão abertos na presença do proprietário da loja, em viagem aos Estados Unidos.

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As apreensões foram levadas para a sede do Cope e serão encaminhados ao Ministério Público, que dará prosseguimento às investigações.

Suspeitas

Segundo a assessoria de imprensa do Ministério Público, o órgão foi informado pela Receita Estadual de que as empresas coligadas estariam omitindo informações em sua escrituração fiscal-contábil na tentativa de reduzir a carga tributária de competência do Estado, ou seja, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS).

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Pelas informações cedidas ao MP pela Receita Estadual, o Fisco estadual localizou diversos cheques que não tinham sido lançados nos livros de registro de saídas das empresas, embora dissessem respeito a operações tributadas. A omissão do registro evitava o pagamento do ICMS devido nas operações.

As suspeitas existem há algum tempo e o cumprimento dos mandados poderia ter sido evitado caso as empresas tivesse atendido às solicitações de documentação feitas anteriormente pela Receita Estadual. As investigações devem se estender pelos próximos dias.