Ônibus colide com caminhão e quase destrói casa

O frio da noite de domingo poupou a família do montador de drywall Clécio Leandro Rodrigues de ser atingida por um ônibus, que bateu contra a residência, por volta das 4h45 de ontem, no Boqueirão.

Guilherme Krummenauer, 46 anos, que esperava o ônibus da empresa na calçada, foi atropelado e morreu na hora. Adriano Rocha, 30, motorista do coletivo, morreu pouco depois no Hospital Cajuru. Outras três pessoas ficaram feridas, sem gravidade.

De acordo com os moradores da casa, o articulado da linha Alto Boqueirão havia acabado de sair da garagem, ainda sem passageiros, e trafegava pela Rua das Carmelitas, sentido a São José dos Pinhais.

Pela Rua José Hauer, onde está a residência atingida, vinha um caminhão-baú do supermercado Agricer, no sentido Alto Boqueirão. Nesta esquina, o sinaleiro estava em alerta, piscando a luz amarela, e ninguém parou.

Ejetado

O coletivo e o caminhão bateram e, conforme relatado por testemunhas, Adriano foi ejetado do veículo. O caminhão avançou a calçada, atropelou Guilherme e bateu no muro de um comércio.

O pedestre ficava naquela esquina todos os dias, esperando o ônibus da empresa para levá-lo ao trabalho. Desgovernado, o ônibus uma volta brusca para retornar a sua direita, derrubou muro e portão e atingiu a quina da moradia.

“Como o veículo tem marcha automática, ele continuou engrenado e empurrando a casa. Depois do susto inicial, ficamos paralisados, sentindo a vibração do ônibus empurrando tudo”, contou a esposa de Clécio. O ônibus deslocou a moradia cerca de 50 centímetros. A cobradora do ônibus e o motorista e o ajudante do caminhão foram socorridos pelo Siate com ferimentos leves.

Acordados no susto

Não houve feridos entre os moradores da casa, porque, devido ao frio, a família decidiu dormir junta na sala. Com isto, três adultos e sete crianças escaparam de ser atingidos por pedaços de madeira.

Clécio contou que, se a família estivesse dormindo como todos os dias, o ônibus teria ferido ele, sua esposa e pelo menos uma criança. “A cama fica encostada na parede atingida”, explicou Clécio.

A esposa de Clécio contou que, no momento do acidente, sonhava com a queda de um avião e, ao acordar com o barulho, pensava que era uma aeronave sobre a casa.

Ressarcimento

Clécio contou que funcionários da empresa Tamandaré, do ônibus acidentado, garantiram que o prejuízo será ressarcido e a casa, consertada. “Já o pessoal do supermercado nos disse que era para procurarmos o jurídico da empresa”.

A família mora há quatro anos no local e desde que a Rua José Hauer foi revitalizada, quase dois anos atrás, muitos acidentes aconteceram naquela esquina, segundo Clécio.

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