Açougues, loterias, postos de gasolina, lanchonetes e residências da região próxima à Coca-Cola, na Rua Capitão Leônidas Marques, Uberaba, já contabilizaram inúmeros casos de roubo. Os assaltantes agem com violência, armados, geralmente em motocicletas ou carros, e fogem rapidamente pela BR-277.
Os trechos mais visados são os pontos de ônibus e as passarelas que dão acesso ao bairro Cajuru. “Não tem hora pra ser assaltado aqui. Geralmente começa às 5h30 quando os ônibus começam a passar e vai o dia todo. As pessoas ficam em casa observando para correr quando o ônibus se aproxima, para evitar ficar muito tempo nos pontos”, conta o motorista aposentado Milton da Cruz, morador do bairro. Na rua onde mora, seu sogro já foi assaltado duas vezes.
Revoltado depois de ser vítima de roubo a mão armada duas vezes em quatro meses, o comerciante Silvair Alves de Freitas colocou uma faixa em frente à sua lanchonete agradecendo o governador pela violência. A atitude já resultou em um aumento significativo no policiamento da rua. “Nossos políticos são coniventes com o crime, porque de acordo com eles um garoto de 16 anos não pode responder por um crime”, desabafa.
Nos dois casos de roubo, os assaltantes aparentavam ter menos de 20 anos e agiram tão rápido que os clientes que almoçavam na lanchonete sequer perceberam. Morador da região há 15 anos, além de testemunhar o roubo ao estabelecimento, Silvair prestou apoio à esposa, vítima de assalto há dois meses, e a vários clientes. Alguns funcionários pediram demissão por medo da violência. “Eles sempre dizem que não tem polícia por falta de efetivo. De onde tiraram aqueles policiais que vão participar da operação de fim de ano, então?”, questiona.
Os auxiliares de produção da empresa de refrigerantes também pedem policiamento. Nem Marcelo Eisch, surdo-mudo, foi poupado. Há três semanas, quando saiu do serviço às 21h, ele foi abordado no ponto de ônibus por quatro homens em um veículo. Armados, renderam a vítima e levaram tênis, jaqueta, boné e R$ 200. Na última sexta-feira, às 23h, outro funcionário que não quis ser identificado chegou à empresa com um olho roxo. Ele informou que reagiu a um assalto na passarela da BR-277 para não perder os documentos.
Um grupo de vizinhos da igreja Nossa Senhora Aparecida pediu ajuda ao padre para criar uma associação de moradores e pedir providências ao poder público. Eles devem realizar reuniões e passeatas nos próximos dias.