Uma onda de roubos a restaurantes iniciou há pouco mais de uma semana. Alguns dos crimes ocorreram em pleno horário de almoço. O primeiro, contra uma churrascaria na Avenida Marechal Floriano Peixoto, centro, às 14h30 do dia 3, resultou em um dos marginais morto em troca de tiros com a PM e um adolescente apreendido. O terceiro escapou.
Apesar de o restaurante contar com os serviços de uma empresa de segurança, os vigilantes haviam saído do local meia hora antes. “Não fizemos boletim de ocorrência, pois além de não resolver – das outras vezes que tivemos arrombamento ou assalto não tivemos nenhum resultado – o valor do seguro triplicou por causa destas ocorrências”, disse o dono do restaurante, em e-mail que enviou à Associação Brasileira de Bares, Restaurantes e Casas Noturnas do Paraná (Abrabar).
Preços
No Tartaruga a ação dos marginais ocorreu à noite, quando os últimos clientes haviam saído. O sócio-gerente do restaurante, Alexandre Bortolanza, acionou a Polícia Militar e fez a informação do assalto circular entre os associados da Abrabar. Ele quer melhorar o sistema de câmeras, que não estava funcionando justo no dia do roubo, e já contratou uma empresa de segurança, para a hora do fechamento.
“Se tivermos mais roubos e eu tiver que contratar mais vigilantes, para ficar em tempo integral na porta, talvez tenhamos que alterar os preços do cardápio”, diz o gerente. Outros dois restaurantes foram assaltados nos últimos dias, um no Centro Cívico e outro no centro.
Insegurança pode alterar preços
O presidente da Associação Brasileira de Bares, Restaurantes e Casas Noturnas do Paraná (Abrabar), Fábio Aguayo, ouviu de donos de restaurantes do Centro que policiais oferecem serviços de segurança particular, em seus horários de folga, o que não é permitido pelas polícias Civil e Militar.
Aguayo deverá se reunir com donos dos estabelecimentos na segunda-feira, para saber mais sobre os roubos e montar uma rede de informações. Ele quer convencer os donos de restaurantes a registrar o boletim de ocorrência, para que os assaltos entrem nas estatísticas oficiais. “As empresas são obrigadas a contratar segurança e serviços de monitoramento. Ainda não tivemos diminuição no movimento de clientes, porque estamos preservando o nome dos restaurantes”, disse Aguayo.
Sugestões
O presidente da Abrabar sugeriu policiamento eletrônico, como as câmeras na Rua XV monitoradas pela polícia e Guarda Municipal. “Os equipamentos também poderiam ser instalados em locais de aglomeração”. Aguayo sugeriu que, da mesma forma como a Ação Integrada de Fiscalização Urbana (Aifu) fiscaliza documentação e irregularidades a polícia também deveria fazer as fiscalizações nas ruas, revistando pessoas e verificando seus documentos. “A bandidagem na rua está solta e sem ser incomodada”, disse, em e-mail.