Os presidentes do Conselho Federal e da Seção Paraná da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato e Manoel Antônio de Oliveira Franco, respectivamente, entregaram ontem, na sede da Ordem, em Brasília, ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, um dossiê sobre o surfista paranaense Rodrigo Gularte, 32 anos, preso na Indonésia com seis quilos de cocaína dentro de pranchas de surfe e condenado à morte.
Segundo Franco, o objetivo da Ordem é fazer com que o Ministério da Justiça apóie a luta da instituição junto ao Itamaraty e a organismos internacionais pela vida humana. ?A OAB é contra a pena de morte, não só para o Rodrigo, mas para todos os brasileiros. Não queremos interferir nas leis da Indonésia, mas pretendemos alertar a sociedade e colocar o tema em discussão. Nossa luta é no campo dos direitos humanos?, salientou.
O presidente da Seção Paraná da OAB contou que o dossiê entregue ao ministro foi elaborado pela própria família do surfista. ?É um dossiê completo sobre toda a vida dele, contendo inclusive notícias de jornais sobre sua prisão?, explicou, destacando que o documento possui mais de mil páginas.
Franco pediu também o apoio da Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH) da OAB federal. A Comissão de Direitos Humanos da seccional paranaense está atuando no caso e tem conclamado ?todos aqueles que possam e desejam colaborar – e fundamentalmente às autoridades brasileiras -, não apenas para salvar Rodrigo da morte, mas para recuperá-lo para a vida, como pessoa útil à comunidade e exemplo aos que acreditam na capacidade de recuperação e retratação do ser humano?.
Rodrigo Gularte foi enviado à Indonésia, segundo o delegado Ronaldo Magalhães, coordenador da unidade nacional de combate às drogas da Polícia Federal, por uma quadrilha desmantelada na semana passada, que era especializada em aliciar jovens de classe média alta, praticantes de esportes radicais, para levar e trazer drogas da Ásia e da Europa. O mentor intelectual da quadrilha, o carioca com nacionalidade grega Dimitrius Papageorgiou, foi preso na última quarta-feira em São Paulo. A PF chegou, inclusive, a descobrir valores pagos aos jovens pelo transporte dos entorpecentes. Seriam dois mil euros (cerca de R$ 7 mil) por quilo de droga , além da alimentação, transporte e hospedagem.