Cinqüenta e uma pessoas acusadas de integrar uma quadrilha que facilitava a passagem de contrabando e drogas do Paraguai para o Brasil estão presas. Ontem pela manhã, um policial rodoviário federal se apresentou na sede da Polícia Federal (PF), em Foz do Iguaçu, e também foi recolhido. De acordo com informações da PF, faltam cumprir os mandados de prisão de mais um policial rodoviário federal e três indivíduos que faziam o papel de “batedores” dos ônibus que passavam pela fronteira com contrabando e drogas e negociavam com os policiais.
Estão recolhidos na sede da PF em Foz do Iguaçu 39 policiais rodoviários federais, um policial civil e dez “batedores”. De acordo com a assessoria de imprensa da PF de Foz, a primeira fase da operação “Trânsito Livre” foi a colheita de provas, que teve a duração de um ano. Depois o cumprimento dos 55 mandados de prisão e as apreensões de objetos relacionados com o crime.
Com tantas prisões, policiais rodoviários de outras regiões estão sendo remanejados para a fronteira, para cuidar dos postos. Hoje se inicia uma nova fase com o interrogatório de todos os acusados e a análise do material recolhido, como agendas, telefones celulares, veículos, armas e dinheiro. A assessoria adiantou ainda que após o término desta etapa, haverá novas fases de investigações, que podem resultar em prisões de outras pessoas envolvidas com a mesma modalidade de crime.
Esquema
As investigações realizadas pela Polícia Federal apuraram que, desde 1.999, a quadrilha estava agindo na região de Foz do Iguaçu. Mas, as investigações só iniciaram em outubro do ano passado e foram baseadas em outros inquéritos e procedimentos da Polícia Federal. Durante os trabalhos foram gravadas fitas de vídeo das negociações, além de telefonemas entre os acusados, através de “grampo”.
O esquema, de acordo com as investigações, consistia na chegada dos “batedores” nos postos da Polícia Rodoviária Federal antes dos ônibus. Eram eles que faziam o pagamento e entregavam um pedaço de papel onde estavam anotadas as placas dos ônibus que não iriam ser vistoriados, já que estavam carregados com contrabandos e drogas, especialmente maconha. Ainda de acordo com dados da PF, muitas vezes os ônibus estavam em comboio. As quartas-feiras e aos sábados, dias de maior movimento, as filas chegavam a acumular 200 veículos, o que servia como desculpa para não vistoriar determinados veículos, caso a “mercadoria” fosse apreendida posteriormente.
