Ainda que as estatísticas de homicídios no Brasil sejam questionadas, o número oficial de mortes já é bastante elevado. Na França, por exemplo, que tem uma população de 65 milhões de habitantes, ocorre menos homicídios por ano que na cidade de Curitiba, com seus 1,8 milhão de habitantes. Em 2011, foram registrados 665 homicídios em território francês, contra 685 na capital paranaense.
Outra diferença em relação à realidade brasileira é a taxa de resolução de crimes: em torno de 80% na França, segundo o Ministério do Interior, e abaixo dos 20% em Curitiba. As estatísticas são contabilizadas pela polícia e publicadas pelo Observatório Nacional da Delinquência e das Respostas Penais, um organismo público com atuação independente, administrado por representantes da sociedade civil, deputados, pesquisadores e professores.
Sistema
Quando um homicídio ocorre na França, os policiais avisam um magistrado do Ministério Público, que vai decidir se o crime precisa ser investigado, e vai instruir os policiais. Se for o caso, os policiais fazem a investigação: ouvem testemunhas, cumprem mandados de busca e apreensão e coletam provas científicas, que são analisadas por peritos da Polícia Nacional. Ao mesmo tempo, uma “informação judiciária” (equivalente a um inquérito) é aberta pelo juiz de instrução.
(Colaborou: Simon Benoit-Guyod)