O Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente deverá ouvir, na próxima semana, todos os funcionários da empresa de segurança Metronic, que estavam de plantão no dia 2 de novembro. Na ocasião, quatro seguranças agrediram e torturaram três adolescentes, ateando fogo em um deles.
A partir do relato da vítima e da escala de trabalho fornecida pela Metronic, a polícia identificou dois seguranças que participaram das agressões. José Alexandre Gonçalves, 29 anos, está preso e Lourival Buava Pinto Júnior, ainda não se apresentou à polícia. Este está com a prisão preventiva decretada. Há informações que que ele possa estar foragido em outra cidade do Estado.
Na tentativa de identificar os outros dois criminosos, o Nucria intimou para comparecer na delegacia, na próxima terça e quarta-feira, 12 seguranças que estavam de plantão naquele dia. Entre eles, a polícia acredita estarem os dois homens que ainda não foram identificados.
Na tarde de ontem, a Tribuna recebeu uma ligação anônima dando conta de que o segurança apontado como
o mais violento dos quatro criminosos, conhecido por "carrasco", seja um indivíduo conhecido por Luciano. Segundo a fonte, que preferiu não se identificar, este homem seria um inspetor da empresa, chefe dos demais seguranças, que estavam de plantão no dia do crime.
Barbárie
Na madrugada do dia 2, os três adolescentes estavam cheirando tíner no terreno de uma igreja, na Rua Alberto Folloni, Centro Cívico, quando brincaram com o alarme e este acionou na central da Metronic. Quando chegaram no local, os homens agrediram os menores, ameaçaram empurrar um deles da laje enquanto jogaram o líquido inflamável no corpo de outro. Os meninos receberam choques e a faísca atingiu o menor que estava molhado de tíner. Este começou a rolar pelo chão para apagar as chamas, enquanto os outros garotos correram até perto do Shoping Muller, de onde ligaram para o Siate. O Nucria só soube do caso dias depois, quando a mãe da vítima registrou queixa.
O menor, que recebeu queimaduras de segundo e terceiro graus, continua internado no Hospital Evangélico, onde corre risco de morte.