Os módulos móveis da Polícia Militar, lançados ontem pela Secretaria de Segurança Pública (Sesp), não representam nenhuma inovação. Com objetivo de aproximar a polícia da comunidade e reforçar o patrulhamento em áreas violentas, os módulos retomam o Projeto Povo (Patrulhamento Ostensivo Volante), implantado pelo governo estadual em 2004, que se extinguiu com o passar dos anos.
Apesar de a Sesp alegar que o programa dos módulos móveis “é totalmente diferente” do Projeto Povo, que acabou se perdendo em meio a outras estratégias adotadas pela PM, restando apenas uma ou outra viatura exibindo o antigo emblema, as semelhanças são evidentes.
Ontem foram instalados os quatro primeiros novos módulos, na Vila Osternack (Sítio Cercado), Cidade Industrial (próximo ao terminal do bairro), Centro de Colombo e Alto Maracanã, na mesma cidade metropolitana. São compostos por um furgão e duas motocicletas.
No esquema do Povo, criado em 1993, mas só aplicado efetivamente 11 anos depois, as unidades também eram compostas por uma viatura e duas motocicletas. Além disso, a exemplo do plano dos módulos móveis, o Povo tinha como meta dar agilidade as ações policiais e permitir mais proximidade com a população, aumentando a confiança dos moradores na polícia.
Tradição
A justificativa da Sesp em adotar o modo de ação idêntico ao seguido pelo governo há dez anos, mas com roupagem diferente, foi que os módulos móveis já estavam previstos no plano de governo que implantou as Unidades Paraná Seguro (UPS) e ser “um sistema modular que tem maior aceitação popular e é o modo mais tradicional de policiamento comunitário”.
Apesar de a Sesp assumir que este novo projeto usa como diretriz um modelo já tradicionalmente usado pela PM, o secretário de segurança Leon Grupenmacher, definiu o programa como inovador. “É um método moderno de se fazer policiamento, deslocando as forças policiais para os locais em que se fizer necessário, no momento oportuno”, afirmou Leon em nota.
Os módulos não irão substituir as UPS , avaliadas pela secretaria como programa de sucesso, mas que ficam em áreas específicas e delimitadas, sem a mobilidade.
Funcionamento
Os quatro módulos já instalados foram colocados em pontos pré-definidos pelo mapa do crime da Sesp, critério que os demais deverão seguir. O major Carlos Alberto, da PM, explicou que os policiais designados para os módulos tem a oportunidade de se aproximar da população e conhecer os problemas do bairro. “Estamos em fase de ampliação do sistema, mas em breve os moradores também poderão fazer boletins de ocorrência nos módulos”, garantiu.
De acordo com o governo, são previstos 100 módulos para todo o estado e a maioria deles deve ficar em Curitiba e região. A localização poderá mudar da mesma forma que poderão dar apoio em eventos culturais, de lazer ou esportivos.
