Tido como um dos bairros mais violentos da capital e onde o tráfico de drogas comanda a maior parte das ações criminosas, o Tatuquara voltou a fazer vítimas no fim de semana. Dois rapazes foram seqüestrados e levados para um matagal, ao lado de uma favela, para serem executados.
Com as mãos amarradas para trás, foram obrigados a se ajoelhar e levaram tiros na nuca. Um deles morreu no local. Outro foi socorrido pelo Siate e hospitalizado em estado bastante grave. Já na madrugada de ontem, uma garota de 17 anos levou vários tiros. Também foi socorrida e está internado em hospital, com poucas chances de sobrevivência.
Na madrugada de sábado, possivelmente entre 5h e 6h, nos fundos de um barraco situado no fim da Rua do Bosque, na invasão Terra Santa, Anderson Jeremias Felix, 22 anos, e Marcelo da Silva Rampa, 17, foram encontrados feridos a tiros e com as mãos amarradas. Anderson morreu no local. Marcelo foi levado ao Hospital do Trabalhador.
Marcelo tinha um cadarço de sapato imobilizando suas mãos. A polícia encontrou no local um pedaço de corda, que possivelmente amarrava o outro rapaz e foi tirado pelos socorristas que tentavam salvá-lo. De acordo com a Delegacia de Homicídios, responsável pela investigação do caso, há indícios de que ambos levaram os tiros enquanto estavam de joelhos, em situação típica de execução sumária.
O local para onde os rapazes foram levados é um fundo de vale, onde há diversos barracos. As vítimas foram encontradas próximo de uma valeta. Nenhum dos moradores dos barracos quis revelar o que aconteceu, muito embora possam ter informações sobre o episódio, já que pelo menos os tiros eles iriam ouvir, dada a proximidade dos casebres.
Um tio de Anderson, que esteve no local, contou que o rapaz não tinha envolvimento com ?coisas erradas?. Também revelou que o adolescente seria usuário de drogas.
Outro
Ontem, ainda na invasão Terra Santa, por volta de 4h30, na já conhecida Rua da Paz, uma adolescente de 17 anos foi ferida com vários tiros. Ela foi socorrida pelo Siate e encaminhada ao Hospital do Trabalhador, em estado gravíssimo. Detalhes do episódio não foram levantados pela polícia. Há algumas semanas, outras cinco mulheres foram baleadas na mesma rua e duas delas morreram. A ação foi praticada por traficantes que fizeram ameaças posteriores ao crime, dizendo que mais gente iria morrer. Por conta disso, várias famílias abandonaram seus barracos em busca de local mais seguro para viver.
