Descaradamente, a trégua entre as gangues que comandam a Vila Torres, no Prado Velho, acabou. Além das três mortes no final de semana, mais duas pessoas foram baleadas.

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Na noite de terça-feira (29), outro homem morreu e mais um foi baleado. Na manhã de hoje (30), a violência continuou e atiradores feriram três pessoas, entre elas um garoto de 14 anos.

Henrique Reis Rosa, 18 anos, Fábio Garcia Padilha, 19, estavam sentados com o adolescente na Rua Baltazar Carrasco dos Reis perto da Rua Manoel Martins de Abreu, e a poucas quadras da ponte amarela, onde está escrito “Paz”. De acordo com testemunhas, homens chegaram em uma Tucson dourada, atiraram contra os três e fugiram.

Todos foram socorridos pelo Siate. Dois foram levados ao Hospital do Trabalhador, e um ao Hospital Cajuru, fora de risco. Fábio é o único que já tinha antecedentes criminais. Ele já esteve preso por roubo e tráfico de drogas, de acordo com a Polícia Militar.

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Na noite de terça, Rodrigo Marques, 23 anos, foi morto com vários tiros em um bar na Rua Manoel Martins de Abreu. A poucas quadras de distância, praticamente no mesmo horário, outra pessoa foi baleada. Na mesma rua, no sábado (26), Jhonn Willian Santos Oliveira, 18 anos, foi assassinado, e o amigo André Luis Correia Cardoso, 24, foi baleado.

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Na madrugada de domingo (27), um homem que ainda não foi identificado no Instituto Médico Legal de Curitiba e Jeverson Antônio de Oliveira, 22 anos, foram baleados na Rua Iapó e morreram. Na mesma rua e praticamente no mesmo horário, Luis Felipe dos Santos Del Rey, 27 anos, e Jean Patrick Ferreira de Lima, 24, também foram baleados.

O delegado Fábio Amaro, responsável pela investigação dos homicídios na região, acredita que os casos estão relacionados, e não descarta que a briga antiga entre as gangues do “Bigodão” e da “Xicarada” tenha sido a motivação para tantas mortes. Há boatos na região de que ainda tem algumas pessoas marcadas para morrer nesta semana.

Histórico

O clima está tenso nas ruas da vila, como já aconteceu em vários momentos, há mais de 10 anos, toda vez que a trégua entre as gangues acaba. A motivação é sempre a mesma: disputa por território, para o domínio do tráfico de drogas.

O limite entre o espaço da gangue de cima, onde aconteceram todas as mortes recentes, e a gangue de baixo, é a Rua Guabirotuba. Em 2011, quando foi pintado “paz” na ponte amarela, as duas gangues tinham feito uma reunião e decretado uma trégua.

Mesmo assim, 13 pessoas foram assassinadas no Prado Velho naquele ano. Desde janeiro deste ano, outras 14 pessoas foram assassinadas no Prado Velho. Antes disso, a última morte havia sido em agosto do ano passado. Em 2012 foram apenas seis homicídios no bairro.