Recebemos o seguinte esclarecimento da Secretaria da Segurança Pública do Paraná:
Em defesa dos policiais civis do Paraná que se sentiram ofendidos com o texto publicado na edição deste sábado, 20 de maio, a Secretaria da Segurança Pública do Paraná tem a dizer que:
A generalização feita pela jornalista no seguinte texto apenas serve para macular a imagem da maioria dos policiais civis deste estado que lutam incansavelmente para proteger a população paranaense. No momento em que a jornalista traz tão pesadas acusações, ela sim poderia prestar um serviço à polícia e também à população identificando nominalmente os supostos policiais e as delegacias em que estão lotados para que as providências possam ser tomadas. É de total interesse da polícia e da Secretaria da Segurança identificar quem são os que ainda defendem práticas ilegais, mesmo assistindo de camarote ao processo mais enérgico e transparente de "limpeza" das instituições ligadas à segurança neste estado.
Além do mais, em seu texto, a jornalista passa a informação inverídica de que providências foram tomadas somente depois do caso ser publicado na imprensa. A Corregedoria da Polícia Civil do Paraná já estava investigando as denúncias, repassadas pela Patrulha Escolar Comunitária, a primeira a desvendar o esquema, mesmo antes de o caso vir à tona na mídia.
Infelizmente sabemos que o que houve foi a pressão de parte da imprensa, através de críticas vazias e mentirosas ao trabalho da Corregedoria da Polícia, para que fossem repassadas informações do caso, mesmo antes da conclusão das investigações. A Secretaria da Segurança entende o trabalho da imprensa, mas não pode ser conivente quando este mesmo trabalho pode prejudicar investigações e deixar com que culpados fiquem impunes.
Estamos, infelizmente, vivendo uma época onde a maioria da imprensa cada vez mais desqualifica o trabalho policial colocando assim os bons policiais que arriscam suas vidas no mesmo patamar de bandidos. É necessário que a imprensa e a população se questionem até que ponto os criminosos ganham mais destaque e poder na mídia enquanto os grandes policiais ficam em meio a generalizações maldosas.
Nota da Redação
O texto da jornalista apenas relata o que nossos repórteres ouviram na última sexta-feira, em várias delegacias, depois da entrevista concedida pelo secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari. Não só a Tribuna, mas outros meios de comunicação consultaram diversos policiais e instituições, em busca dos nomes dos onze policiais presos depois de bela investigação feita pela Corregedoria da Polícia Civil e, também, pelas equipes da Tribuna do Paraná e do programa Tribuna na TV. As garotas denunciaram sim, primeiro, a uma dupla da Patrulha Escolar da Polícia Militar, o absurdo a que estavam sendo submetidas. Ao mesmo tempo, procuraram a produção do Tribuna na TV e repassaram o problema. E sabe por que? Porque confiaram na imprensa. De imediato o departamento de jornalismo da TV Iguaçu começou a investigar, em parceria com os jornalistas da Tribuna. E, não temos dúvida, a "pressão" da imprensa, neste e em outros casos que atropelam o cotidiano do povo, traduz nada menos que o anseio da própria população a cobrar rápida solução e enérgica atuação por parte das autoridades.
Por isso revolta, sim, ouvir comentários como os relatados na edição de sábado, em texto assinado pela jornalista Mara Cornelsen. Corporativistas ou não, opiniões como essas não combinam com a instituição, que se esforçou, em braços diversos, para dar um basta no esquema de aliciamento, prostituição e extorsão em questão. E conseguiu!
Certamente, as poucas linhas escritas pela jornalista não maculam a instituição, mas sim os policiais envolvidos no caso e os que coadunam com o conceito de culpabilidade difundido na tarde de sexta-feira, em alguns distritos.
Parabéns aos bons policiais, grande maioria, que diariamente enfrentam dificuldades de todo naipe pra fazer o seu trabalho, de defesa da população. Quanto aos demais, cuidado, pois a Corregedoria provou que não mais admitirá desvios. Que assim seja!
