O comandante-geral da Polícia Militar do Paraná, coronel David Antônio Pancotti, nomeou o capitão Manoel Jorge dos Santos Neto para presidir o Conselho de Disciplina que irá apurar a conduta dos cinco policiais militares acusados de atear fogo a um menor, que se encontra hospitalizado em Curitiba. O capitão foi informado oficialmente ontem e já iniciou os procedimentos para a abertura dos trabalhos. “A Polícia Militar sempre foi muito rigorosa quanto à conduta da tropa e agora não será diferente”, afirmou o capitão Neto, que será auxiliado por dois tenentes.
O Conselho de Disciplina deverá decidir, dentro de 30 dias, pela permanência ou não dos policiais na corporação. O Inquérito Policial Militar (IPM) concluiu que há indício de crime de natureza militar e também de transgressão disciplinar de natureza grave. O Ministério Público acompanhou todas as investigações desde o início. Dos cinco policiais que teriam participado da ação, quatro tiveram a prisão preventiva decretada na última sexta-feira, e estão recolhidos no Batalhão de Polícia de Guarda da PM, em Curitiba. Desde o dia dos fatos, os cinco foram afastados das funções.
De acordo com o coronel Pancotti, toda vez que há suspeita de irregularidades por parte da conduta de policiais são tomadas as medidas cabíveis. No ano passado, a PM abriu 573 inquéritos para investigar indícios de crime praticados por integrantes da corporação. Também foram feitas, no mesmo período, 202 sindicâncias, procedimento que serve para apurar se os policiais estão mantendo comportamento adequado ao desempenhar suas funções. A PM abriu, em 2003, 73 conselhos de disciplina e 5 conselhos de justificação. Ainda em 2003, 43 policiais militares foram excluídos da corporação a bem da disciplina.
