Segundo o Corpo de Bombeiros do Paraná, do início de janeiro até agora, foram verificados 63 afogamentos na capital e municípios vizinhos, sendo 41 com morte. Destes, muitos ocorreram em cavas, além de lagos de chácaras e rios.
"O problema das cavas é que, na maioria das vezes, elas são rasas na beira e profundas no interior. Dessa forma, a pessoa vai entrando na água e perde o contato com o chão de repente, indo para o fundo. O risco maior é para as crianças, que nos meses quentes costumam se reunir nas áreas de cava para brincar", diz o tenente Leonardo Mendes dos Santos.
Geralmente as cavas ficam em lugares afastados e, em casos de afogamento, o socorro demora a chegar. O tenente esclarece que, em grande parte dos locais, existem placas de sinalização informando que os mesmos não devem ser utilizados para banho. Porém, os alertas são ignorados. "Não temos intenção de colocar guarda-vidas nas áreas de cavas, justamente porque as pessoas não devem utilizá-las. Se colocássemos socorro de plantão nos locais, estaríamos sendo coniventes com os banhos nas áreas de risco."
No próximo mês, o Corpo de Bombeiros do Paraná deve dar início à sua Operação Verão. No decorrer da mesma, será realizada campanha com o objetivo de evitar afogamentos em geral, incluindo cavas. Serão distribuídos folders educativos, colados cartazes em ônibus e realizadas propagandas de TV.
Projeto de utilização
Com o objetivo de tentar diminuir o número de afogamentos nas cavas de areia existentes no Parque Iguaçu – um dos lugares mais procurados para mergulhos na capital – o vereador Ney Leprevost (PP) está propondo a criação de um plano comunitário de utilização das mesmas para criação de alevinos.
A intenção é de que os peixes sejam utilizados tanto como fonte de renda quanto para consumo próprio de pessoas de baixa renda que vivem nas proximidades do Parque. "A execução de uma atividade comercial nas cavas, além de proporcionar renda e alimento, faz com que as mesmas não fiquem abandonadas e mal-utilizadas", comenta o vereador.
Ney tenciona que o plano seja desenvolvido em parceria com as secretarias municipais de Abastecimento e de Assuntos Metropolitanos. A idéia inicial é de que a prefeitura forneça os alevinos e qualifique pessoas para criá-los.