Negociação encerra a paralisação do IML

O trabalho do Instituto Médico Legal (IML) e do Instituto de Criminalística (IC) voltou ao normal na noite de quinta-feira, depois de quase e três dias de paralisação. A greve dos servidores foi encerrada depois de fechado o acordo com o secretário de Estado da Administração, Ricardo Smijtink, que ofereceu reajuste médio de 40% para corrigir distorções na carreira, além de garantir isonomia aos servidores aposentados e pensionistas em relação aos da ativa. O projeto de lei será encaminhado à Assembléia Legislativa, sem data prevista para votação. A idéia é que seja aprovado nas próximas semanas, para que o reajuste comece a vigorar em janeiro de 2003.

O secretário Smijtink não revelou o impacto que a correção causaria aos cofres públicos. “Por enquanto, não dá para simular qual seria o impacto”, disse apenas, acrescentando que os aposentados seriam mais beneficiados e os da ativa, menos.

Para o presidente da Associação de Criminalística do Paraná, José Ricardo Fiedler, “a categoria não conseguiu o que queria”, mas ele reconheceu que a concessão foi um grande avanço. Uma das principais reivindicações – a isonomia de aposentados com os servidores da ativa – foi atendida. Com relação ao pleito de diferença salarial de 5% entre as classes, o governo teria apresentado a proposta de 9% e, numa segunda etapa, de 7,5%. Em assembléia, que se encerrou depois das 21h de quinta-feira, a categoria decidiu pelo índice de 7,5%. Já o Plano de Cargos e Salários, segundo Fiedler, deve ser discutido com o próximo governo de Estado. O IC e o IML somam juntos 259 funcionários da ativa – entre perito criminal, médico legista, químico legal e toxicologistas – e cerca de 90 inativos.

Baixo movimento

Tanto no Instituto de Criminalística como no Instituto Médico Legal de Curitiba, o movimento era baixo ontem. Até o final da tarde, apenas sete processos deram entrada no IC. Já no IML, desde o fim da greve, foram necropsiados seis corpos. De acordo com o diretor-geral do IML, Wagner Luiz do Nascimento, muitas pessoas ainda não sabiam que a greve tinha encerrado. “A informação talvez não tenha chegado às delegacias”, comentou, referindo-se à pouca procura por exames como lesões corporais, toxicologia, entre outros. A estimativa é que na próxima segunda-feira, o volume de exames aumente.

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