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Nilson emocionou-se ao  falar do caso.

Em entrevista concedida ontem, no Complexo Médico Penal, em Pinhais, o assessor Nilson Moacir Oliveira Cordeiro rechaçou todas as acusações feitas contra ele e sua esposa, Any Paula Fascolin. Os dois foram denunciados pelo Ministério Público por atentado violento ao pudor, qualificado pelo resultado de morte. No entendimento do MP o casal é responsável pela morte do filho, L.G.C., de apenas sete dias de vida, ocorrida no dia 8 de julho.

Muito emocionado, chorando em diversos momentos, Cordeiro explicou todos os passos até sua prisão, dando a entender que os ferimentos na região anal do bebê teriam sido feitos após a segunda internação de L., no hospital e Maternidade Mater Dei. "Ninguém nos disse nada sobre a causa da morte de meu filho. Apenas de que teríamos abusado dele. E isso a gente não aceita. Porque não somos as pessoas que estão nos pintando", afirma. Ele disse que o relacionamento com a esposa era normal.

Respondendo às acusações de que Any teria dito que o bebê era indesejado, Cordeiro disse que L. não foi uma criança programada. "Sou pai de de duas outras crianças e a Any de outra, e nenhuma das gestações foi programada. Mas não quer dizer absolutamente que elas não são queridas e que não recebam todas as atenções". Ele explicou que a gestação foi tranqüila e que o filho nasceu de cesariana, num "parto muito complicado".

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Durante a entrevista, Cordeiro descreveu diversas ocasiões onde o hospital não teria atendido o casal de forma adequada. "Na hora que deixávamos o hospital, uma pediatra que não se identificou fez exame superficial em L.". Após questionamentos do pai, ela teria dito que o bebê sofria de hidrocele e que o quadro desapareceria com o tempo.

Cuidados

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Em casa, Cordeiro disse que o casal não saía nem um minuto de perto do bebê e que nos primeiros dias ele estava normal. "Na quarta-feira (6) eu estava no escritório e a Any me ligou dizendo que o saquinho (sic) de L. estava muito grande e que havia manchas abaixo dele, perto da bunda". Quando retornou à casa, por volta das 21h30, Cordeiro teria percebido a gravidade e levado o filho novamente à maternidade.

"Chegamos lá por volta das 23h. A pediatra de plantão, Simone Vitor, atendeu-nos, recolheu o L. para a UTI neonatal e em alguns minutos saiu dizendo que ele precisaria ficar internado". Cordeiro afirma que a médica não soube fazer um diagnóstico e que precisaria fazer exames. A médica então aconselhou que os dois voltassem para casa, já que não havia acomodação e Any estava em pós-operatório. "Diferente do que está sendo dito, não deixamos nosso filho e desaparecemos. Saímos na madrugada de quinta-feira e antes das 8h já estávamos no hospital". O acusado diz que encontrou a médica na saída de seu plantão e que ela o tranqüilizou.

À tarde, Any teria ligado para Cordeiro informando que um médico disse que L. estava em estado gravíssimo. O médico seria Luvercy Rodrigues Filho, chefe do setor neonatal do hospital. Ele teria ainda feito perguntas em tom de acusação, dizendo que "as coisas precisariam ser esclarecidas". "Ficamos acuados, mas antes fiquei preocupado em saber da acusação. Imediatamente após ele me ligar fui ao hospital". Por volta das 15h, a médica Simone Vitor teria comunicado da gravidade da situação, mas sem comentar sobre o abuso.

O casal teve a prisão temporária decretada após a morte do bebê e apresentou-se à polícia na semana passada. Esta foi a primeira vez que o pai resolveu falar sobre o assunto. A mãe, até agora, não quis se manifestar publicamente.

No Hospital e Maternidade Mater Dei, onde o bebê ficou internado, ninguém quis falar sobre a questão. A diretoria informou que não se pronuncia sobre o assunto e só vai tratar das acusações e afirmações feitas pelo pai da criança diretamente com a Justiça.