Uma mulher foi presa suspeita de provocar a morte do marido e simular um acidente de trânsito para encobrir o crime. Esmeralda da Luz de Souza, 55 anos, quis se livrar de Rodolfo Francisco de Souza, 60, com quem era casada há 35 anos, e ateou fogo no veículo. A polícia acredita que ela queria os R$ 39 mil do seguro de vida do marido para viver com o amante.

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Esmeralda foi presa em casa, no Jardim Santo Antônio, em Almirante Tamandaré, na manhã de ontem, em cumprimento a mandado de prisão expedido na segunda-feira. Ela nega o crime, segundo seus advogados, e afirma que o marido morreu no acidente. O laudo do Instituto de Criminalística, no entanto, aponta que ação humana originou o incêndio, de acordo com o delegado Armando Braga, da Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran).

Acidente

O Palio foi encontrado em chamas na madrugada de 21 de agosto, num barranco de aproximadamente 32 metros, às margens da PR-418, no Contorno Norte, que liga Curitiba a Almirante Tamandaré. Rodolfo morreu após ficar três dias internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

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Depois da morte do pai, as duas filhas do casal passaram a desconfiar da tranquilidade da mãe. De acordo com o delegado, a mulher não demonstrou tristeza e se preocupou em dar entrada no levantamento do seguro de vida, que estava em nome dela. Logo após o velório, ela teria comprado um carro novo.

Extraconjugal

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Após o suposto acidente, a mulher apareceu com uma lesão na bochecha e um arranhão no pescoço, incompatíveis com marcas do capotamento. A polícia descobriu que Esmeralda mantinha relação extraconjugal com um nigeriano, comprovada por e-mails. As filhas revelaram que Esmeralda dava soníferos ao marido para poder sair com o amante. “Elas contaram que a mulher já tinha passado por vários relacionamentos extraconjugais. Num dos e-mails, ela diz que “quer se libertar da prisão’ e trata o amante como ‘esposo’ e ‘meu amor’. Acredito que, no dia do acidente, ela tenha dopado o marido”, diz o delegado.

Laudos

A mulher está presa no Centro de Triagem I e foi encaminhada ao Instituto Médico-Legal (IML) para exame de corpo de delito já que se machucado na cela da Dedetran. “Ela tirou a blusa no xadrez, se fazendo de louca, e raspava o pulso no cimento”. O delegado ainda aguarda o laudo de necropsia de Rodolfo.

Delegado aponta inconsistências

A farsa foi descoberta, porque dentro do carro a perícia encontrou fósforos do lado do passageiro e gasolina no forro do tapete do carona. Em seu depoimento, Esmeralda, conforme o delegado, relatou que jogou o carro no barranco para não colidir com outro veículo e o carro explodiu, matando o marido. “Ela disse que sequer freou o veículo, mas frear é uma reação instintiva de qualquer motorista”, disse o delegado. Outro fato estranho, segundo Braga, é que Esmeralda estava sem cinto. “Ela saiu ilesa, disse que conseguiu tirar o cinto a tempo, mas a perícia constatou que o cinto também estava queimado”.

Esmeralda explicou que pediu ajuda a um ciclista depois do acidente. “Ela diz que esse ciclista ficou com o celular dela, que estava sem chip. Tanto que foi outra pessoa que acionou o Siate. Tudo leva a crer que ela escolheu o local, despejou combustível no marido e empurrou o veículo. Ela só não contava que, fechando as portas do carro, cortaria o oxigênio e, consequentemente, o fogo”.