Foto: Átila Alberti

Solange:?quero voltar para meu marido?.

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A suspeita de que o assassinato da garçonete Janaína das Graças Ribeiro, 28 anos, ocorrido na noite de terça-feira, teria sido motivado por ciúmes foi confirmada pela própria autora, Solange de Oliveira, 27.

Presa no 9.º Distrito Policial (Santa Quitéria), ela afirmou que matou a amiga e colega de trabalho, porque ela teria mantido relações sexuais com seu marido. Janaína foi morta com pedradas na cabeça. O caso está sob responsabilidade do 7.º DP (Vila Hauer).

Na carceragem, Solange desabafou e contou porque cometeu o crime. Segundo ela, na pequena casa de quatro cômodos, na Rua Martha Cruz Lima Raton, no Seminário, ela morava com o marido Sirineu e os dois filhos, de 6 e 9 anos. Há aproximadamente 45 dias, a amiga e colega de trabalho Janaína e a prima Neuci foram morar com eles. ?Elas não tinham onde morar, e a gente as convidou para ficarem lá em casa por um tempo?, explicou.

Triângulo

Solange, Sirineu e Janaína trabalhavam juntos em um restaurante, em horários diferentes. ?Eu saía cedo e eles ficavam em casa. Passaram alguns dias e percebi que eles estavam se olhando diferente?, contou Solange. Segundo ela, os indícios começaram ser percebidos em casa. ?Na parede que dividia o banheiro e o quarto que ela ocupava, tinha um buraco, para espiar. Todos os dias eu tampava o buraco com sabão e papel, no outro dia estava diferente, com sinais de que havia sido mexido?, relatou.

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No final da tarde de terça-feira, quando chegou do trabalho, Solange encontrou uma cueca do marido, suja de sangue, embaixo da cama. ?Eu sabia que a Janaína estava menstruada e associei as coisas. Perguntei o que havia acontecido e ela no começo  negou, mas quando mostrei a cueca ensangüentada, ela confessou que havia feito sexo com meu marido e que estava apaixonada.?

Morte

As duas entraram em luta corporal e rolaram pelo pequeno corredor de acesso às várias casas do terreno. ?Para me defender, peguei uma pedra e dei na cabeça dela várias vezes. Ela ainda ficou sentada e eu fui para casa. Não achava que ela tivesse morrido?, lamentou Solange, que só ficou sabendo da morte de Janaína quando estava detida.

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Esperança no futuro

Além da educação dos dois filhos, Janaína e Sirineu tinham planos de comprar um carro e um terreno, onde iriam construir uma casa e sair do aluguel. ?A gente sempre falava sobre isso até que as duas vieram morar conosco.?

Solange disse que quando percebeu que Sirineu e Janaína estavam ?muito próximos?, falou para o marido que queria mandá-la embora. ?Ele disse que se elas saíssem, ele iria embora também?, observou.

Contudo, Solange espera que seus familiares consigam um bom advogado, que a defenda na Justiça e a ajude comprovar que agiu por impulso. ?Eu sei que vou sofrer muito ainda, mas quero voltar para os meus filhos e para o meu marido. Ele não teve culpa, foi ?tentado??, completou.