Após 16 horas e 40 minutos de julgamento, um dos crimes que agitaram Apucarana, na região norte do Estado, nos últimos anos teve um desfecho na madrugada de ontem. A auxiliar de laboratório Siumara de Castro Santana foi condenada a 36 anos de prisão. Ela envenenou e matou o menino Gustavo Enrique Vogler Ribeiro, de 4 anos, em 2004.
Siumara colocou veneno para ratos no achocolatado da criança. Além disso, enviou uma cesta com alimentos envenenados para a mãe de Gustavo, Ivano Volgler Ribeiro, que não consumiu nada. Siumara tinha um relacionamento extraconjugal com o pai do menino, Ronaldo Ribeiro.
O juiz João Gustavo Rodrigues Stolsis decretou os 36 anos de prisão, sendo 25 anos e 4 meses para o homicídio de Gustavo e 10 anos e 8 meses para a tentativa de assassinato contra a mãe do garoto. A defesa deve entrar com recurso para diminuir a pena de Siumara.
Além disso, já existe recurso em andamento sobre a análise da cesta de alimento contaminada, que teria sido parcial, segundo a defesa. Também está em andamento um pedido de habeas corpus. Siumara permanece presa até o julgamento dos recursos.
O Tribunal do Júri de Apucarana estava lotado. A maior parte do público reagiu com vaias quando a defesa de Siumara argumentou que “Deus é quem tinha tirado a vida do menino”. Na hora de ler a sentença, o juiz disse que não admitia qualquer tipo de manifestação. A auxiliar de laboratório permaneceu tranquila durante todo o julgamento.
Siumara, após a condenação, foi levada para a cadeia, onde está detida desde o crime. Os advogados de defesa e a Promotoria ainda analisam se vão entrar com recurso. Pela lei brasileira, Siumara não ficará todos os 36 anos na prisão. Ela tem direito ao regime semiaberto já a partir do ano que vem, quando terá cumprido um sexto da pena. A partir daí, ela pode deixar a cadeia e ser transferida para uma colônia penal agrícola.
